Relevância, narrativa única, propósito, impacto social e reputação regem as estratégias para conectar pessoas e marcas neste ano. Separei neste artigo, sete tendências para a Comunicação em 2021. Com certeza, elas não poderão ficar de fora do seu radar nesse novo ano!
O ano de 2020 certamente será lembrado como o que mais marcou as mudanças de comportamento em nosso século. A vida mudou de forma importante para a maioria das pessoas em todo mundo. E as organizações e as marcas precisam entender o impacto dessas mudanças no longo prazo no momento de planejar suas estratégias de negócios, marca e de comunicação para o ano que nasce.
Assim, reunimos alguns dos principais estudos e pesquisas publicados recentemente com dados que podem impactar as estratégias de comunicação corporativa de empresas e marcas. Elencamos para você os sete principais pontos.
1- Confiança na Mídia
A Pesquisa Digital News Report 2020, feita pelo Instituto Reuters e pela Universidade de Oxford, mostrou que a crise ocasionada pelo novo Coronavírus aumentou o consumo de notícias por meio de fontes tradicionais de notícias, especialmente a televisão.
A confiança na mídia tradicional tornou-se duas vezes maior do que o índice de confiabilidade nas redes sociais, plataformas de vídeo ou serviços de mensagens quando se tratava de informações sobre a Covid-19. Ou seja, o jornalismo foi reconhecido como extremamente importante e está novamente em demanda.
Sobre o Brasil, o estudo mostrou que o WhatsApp é visto como o maior responsável pela disseminação de notícias falsas no País. E listou os veículos de comunicação mais frequentemente acessados no país.
2- Confiança nas Marcas
Marcas que se mostraram solidárias durante a pandemia ganharam a confiança da opinião pública, nutrindo laços emocionais com seus clientes, parceiros, fornecedores e comunidades.
Com essas atitudes elas superaram as principais empresas listadas no S&P 500 e no Fortune 500 em receita e lucro. Ao construir níveis mais altos de confiança, geraram uma base de consumidores mais fiel ao longo do tempo.
Algumas marcas foram consideradas as mais amadas durante a pandemia em relação, ganhando a mente, o coração e admiração de seus stakeholders.
A Apple, por exemplo, que ocupou o 1º lugar fez um programa de doação que arrecadou US$ 600 milhões, envolvendo seus funcionários em 1,6 milhão de horas de voluntariado, além de inúmeras ações sociais e de apoio a comunidades onde a empresa está inserida.
3- Posicionamento Claro frente a questões que afligem a sociedade
Daqui para frente, as empresas precisam dedicar mais tempo para debater cenários, o que remete a uma capacidade organizacional interna de pensar estrategicamente e adaptar sua marca a novos cenários.
A sociedade e funcionários querem saber como as marcas e suas lideranças se posicionam. Para transformar as organizações, é necessário conhecer a fundo as pessoas que a formam, mergulhar, conversar e escutar todos. Observá-las, de vez em quando, de fora, com um olhar competente e legítimo de análise para identificar como a roda pode continuar a rodar saudavelmente.
- Estamos vendo o que é mais essencial no mundo do trabalho?
- Trabalho remoto pode vir para ficar?
- Automação e inteligência artificial podem impactar o futuro do trabalho e como sua empresa se prepara para isso?
- Mesmo após a vacina, teremos novos modelos de relações presenciais, com distanciamento?
- A inovação está no DNA da sua organização e marca e como ela quer se posicionar demonstrando ser importante para o futuro da nossa sociedade?
4- Doações e Impacto Social
A pandemia foi muito dura para o Brasil que ocupa a 7ª posição num ranking dos países de maior desigualdade social do mundo e tem 50% da sua população sem saneamento básico.
Diversos estudos recentes mostram que o combate à pobreza e a desigualdade social são vistos pela opinião pública como uma prioridade no Brasil.
Em seu editorial o Jornal O Estado de São Paulo apontou a importância de combater a desigualdade no Brasil de formas mais abrangentes, sinalizando a importância de transformar esse “surto momentâneo” em ações de impacto social, principalmente por parte das empresas.
A Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) estima que as doações no país durante a pandemia já superaram R$ 6 bilhões. Em 2018, o valor anual era de R$ 3,25 bilhões.
5- Novas Gerações movidas a Propósito
A “Millennial Survey 2020”, pesquisa global da Deloitte, explorou as opiniões de mais de 27,5 mil millenials, antes e depois do início da crise do novo Coronavírus, para entender suas perspectivas sobre o futuro e a pandemia propriamente.
O estudo apontou as consequências econômicas para as gerações Y e Z do momento turbulento que atravessamos. Por outro lado, a lealdade no trabalho aumentou e se intensificou uma mentalidade orientada a propósitos.
Uma marca precisa ser relevante para a sociedade para ter longevidade. Por isso, a empresa precisa apresentar sua proposta de valor para o futuro, baseada na forma como estabelece seus valores e identidade, considerando como seus interesses interagem com as da sociedade.
6- Valor Social é fundamental para atrair talentos como Marca Empregadora
Os talentos de uma empresa definem o seu futuro. Por isso, ter uma estratégia de marca empregadora para comunicar é essencial, ainda mais no atual momento.
O resultado da Pesquisa do 20º Relatório de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial , anunciado em 15 de dezembro, mostra o impacto econômico da Covid-19 em todo o mundo.
Contou com respostas de 11.866 executivos de negócios em 126 economias, que apontaram como pontos mais sensíveis a perda de competitividade, o aumento da violência, a diminuição da colaboração entre empresas e a dificuldade de achar trabalhadores qualificados. Os pontos positivos foram o aumento da colaboração interna e a melhora na capacidade das empresas em atrair talentos.
Como vimos, além da empresa definir uma proposição de valor clara para os empregados, as novas gerações são atraídas por empresas que têm propósitos e adotam ações de impacto social. Além de doações, as empresas que envolveram colaboradores em ações de voluntariado e ações com as comunidades, como a Apple, foram percebidas pelas novas gerações como mais atrativas para se trabalhar.
7- Empresa Intangível e Comunicação Integrada
Nesse novo ambiente de trabalho remoto, a distância abala a cultura corporativa e o investimento em comunicação corporativa se torna imprescindível, principalmente com uma visão de comunicação integrada, já que não existe mais a divisão de fatores internos e externos.
No Fórum Econômico Global foi dito que a Covid-19 inaugurou a era da empresa intangível. A maneira mais simples de diferenciar os ativos tangíveis dos intangíveis é que os primeiros são físicos, como prédios, veículos e equipamentos, e os segundos são mais abstratos como a marca ou ainda a cultura organizacional que rege o comportamento dos colaboradores e garante a entrega da promessa de marca ao consumidor final.
Mais do que nunca, esse momento pede que a comunicação seja integrada e não se trabalhe mais em silos – RH, MKT, Cultura, Sustentabilidade, Diversidade e outras áreas precisam atuar de forma colaborativa.
Os CEOS que constroem sua estratégia englobando comunicação, a marca e próprio negócio atingem o 3º patamar de gestão de marcas e são melhor sucedidos em seus resultados nos negócios também.
O estudo Directors’ Alert Linkages to Sucess, da Deloitte, destaca a importância do Board (Conselho), junto com a Alta Administração, na gestão de riscos de marca e reputação e aponta os principais desafios do board hoje:
- Desenvolver a estratégia da marca e implementar uma mensagem clara de futuro para todos os stakeholders;
- Engajar os funcionários quanto à promoção e à proteção da marca;
- Desenvolver stakeholders externos como defensores da marca;
- Desenvolver competências para identificar ameaças com antecedência;
- Identificar e avaliar o impacto do risco dentro e fora da companhia;
- Preparar a empresa para responder a ameaças;
- Aprender, adaptar e melhorar continuamente o programa de governança da reputação;
- Gerir, monitorar e medir a estratégia de reputação anualmente.
Prezada Leila, parabéns pelo trabalho. Abordou assuntos importantes e pesquisas confiáveis. Eu gostaria de ver, não sei se você já se dedicou o assunto, uma análise dessa "transição" das mídias off line para online. Eu digo "transição" porque não percebo assim. Percebo muito mais um convívio em diferentes níveis. Nesta semana parabenizei a Binder pela conquista da conta de lubrificantes Texaco e disse: li uma entrevista do Martin Sorell dizendo que o modelo de agências está falido, tudo agora é digital etc. etc. Eu não tenho nem um por cento da sua experiência, mas ouso dizer que ele exagerou. A não ser que vão acabar com a Fifa, a NBA, a Champions, o Comitê Olímpico, o Rock in Rio e assim por diante. Os jogos serão digitais? O beijo será digital? Vão colocar tudo fora dos veículos convencionais de mídia? Duvido. Eu vejo a Binder evoluindo de um modelo tradicional, assimilando as mudanças e brilhando. Aí na Trama, como vocês analisam essas mudanças? https://www.linkedin.com/in/marcelocpdiniz/