A notícia de que o Twitter vai abrir capital levantou especulações no mercado mundial. E algumas perguntas safadas. Uma delas: “Quanto vale um sistema de microblog com 200 milhões de visitantes únicos mensais?”

Para entender a safadeza (algum gaiato de plantão pode responder que a empresa vale os computadores e móveis que possui e que todo o resto é fumaça!), seria legal você ler o post anterior deste blog. Você entenderá por que uma branding vale dinheiro no bolso, ou melhor, no banco.

A marca Twitter hoje faz parte do ativo da empresa criada por Biz Stone, Jack Dorsey e Ev Williams em 2006. Sete anos depois, a marca do passarinho  azul engordou e ficou mais rica.

Quanto ela vale? Bem, se o assunto fosse óbvio, eu não perderia tempo digitando essas linhas. Para responder a essa pergunta, teremos que saber obrigatoriamente a valoração da digital branding da empresa.

Para início de conversa, é preciso saber quanto à empresa fatura hoje. Como ainda é uma Ltda., essa informação é muito difícil de ser obtida, um segredo que só os donos sabem. No entanto, vamos caçar alguns indicadores. O site eMarketer afirma que a pontocom do passarinho azul alcançará este ano uma receita bruta de US$ 583 milhões.

As projeções para o ano que vem apontam que o faturamento pode alcançar a bagatela dos US$ 950 milhões. Por que bagatela? Boa pergunta: porque ainda está abaixo de US$ 1 bilhão. Esse número é importante. Trata-se de uma barreira que a SEC (Securities and Exchange Comission), o órgão que cuida da entrada de empresas nas bolsas americanas).

Os procedimentos seguidos até agora mostram que o faturamento do Twitter vai ser bem diferente do Facebook, na época em que virou S.A. Dizem a boas línguas financeiras que a rede social criada por Zuckerberger faturava cerca de US$ 3,7 bilhões.

O valor do Twitter no mercado (considerando o valor do patrimônio líquido + branding) está sendo avaliado entre US$ 9,8 e 10,5 bilhões. Você acha um bom preço?

Vou contar um segredo agora: ninguém sabe realmente. A proprietária do mais famoso microblog do planeta terá que provar ao mercado que conseguirá ter uma receita sólida. É claro que isso tudo virá da publicidade, pois o modelo que tem vingado no mundo das redes sociais.

O Twitter terá de justificar essa cifra para garantir o dindim da oferta inicial dos acionistas e não cair na mesma armadilha do Facebook. No IPO, Mark Zuckerberg chutou alto e amargou uma queda na ação que durou meses e meses.

Para uma empresa pontocom, como o Twitter e o Facebook, o valor da digital branding depende de alguns fatores. Veja quais:

POPULARIDADE SERVE A MESA

Quem tem mais fama vale mais. É assim no mundo de tijolo e aço e isso também se repete na sociosfera. Por isso a briga por fãs, seguidores e conexões.

PROPORCIONAL AO FATURAMENTO

Quanto mais lucrativa for a empresa, mais valiosa é sua branding. Veja que não estou falando em lucratividade ainda. Muitos projetos de web ainda não saíram do vermelho, mas suas marcas valem pelo quanto poderão gerar no futuro.

LEVEZA QUE PÕE MESA
O peso da branding não está no letreiro luminoso da empresa. Por maior que ele seja, a força realmente da marca está dentro do coração do consumidor. É esse aspecto abstrato que faz alguém comprar um determinado produto ou usar um determinado serviço.

DEFINIÇÃO DE GURU

É bem oportuno lembrar aqui a definição de Philip Kotler. O mestre compara a branding a uma “promessa feita aos clientes” a respeito da qualidade e o valor dos serviços que usam ou compram.

FALTA DE TEMPO ENGORDA A MARCA

Quanto mais conhecida e admirada é a marca, maior os dividendos dos acionistas.  Por que isso acontece? 1- as pessoas têm um zilhão de possibilidades e pouco tempo para procurar. 2- Os consumidores se baseiam em um fator para realizar suas comprar: confiança. Se a branding é uma “promessa”, a resposta do consumidor é a confiança que ele deposita nela.

E aí: já dá para ter ideia do valor da marca virtual de sua empresa?  Se ainda tiver dúvidas, leia o próximo post.

(Continua na semana que vem.)