Em 2021 o número de brasileiros que compraram algo por causa do trabalho de influenciadores digitais superou os 40%, e se tornaram os mais impactados por influência digital no mundo. Esses dados demonstram o tamanho do potencial do mercado de influência digital no Brasil.
“O Marketing de influência veio para ficar e já não é mais novidade que os influenciadores se tornaram extremamente relevantes no processo de decisão de compra para muitos consumidores”, afirma Sandra Bonani, diretora de Influência no Grupo Trama Reputale.
De acordo com dados da pesquisa realizada pela Opinion Box:
- 67% dos usuários do Instagram no Brasil seguem algum influenciador digital;
- 55% disseram já ter comprado algo indicado ou utilizado por um influenciador;
- 18,5% afirmam que já foram influenciados por celebridades na decisão de compra;
- 82% dos brasileiros seguem marcas no IG;
- 47% interagem com posts de empresas e marcas.
Novo cenário das redes sociais
O Facebook, LinkedIn, WhatsApp, Tinder, Twitter cresceram exponencialmente com a incorporação de novos recursos. Além disso, recentemente, surgiram novas redes que foram se aperfeiçoando cada vez mais, como o Telegram e o TikTok. E não é só impressão, pois o número de usuários delas triplicou!
Segundo dados da empresa de pesquisas Statista, em 2010, menos de um bilhão de pessoas em todo o mundo estavam inscritas nessas plataformas. Em 2020, esse número saltou para 3,6 bilhões e a projeção para 2025 é de 4,41 bilhões de usuários, ou seja, um crescimento de mais de 300%!
Telegram
No ano passado, o Telegram se popularizou devido ao isolamento social e atingiu a marca de 400 milhões de usuários.
Já o LinkedIn lançou recurso de Stories, que permite compartilhar imagens, textos e vídeos de até 20 segundos. Uma inovação que marcou 2021 foi a nova função de pagamentos WhatsApp Pay, que permite realizar transferências, enviar e receber dinheiro pelo aplicativo.
Em julho desse ano, Adam Mosseri, head do Instagram, fez uma publicação em seus perfis nas redes sociais para compartilhar novidades sobre a plataforma e o novo rumo que o Instagram deve seguir. Segundo o executivo, o aplicativo não é mais uma plataforma de fotos e sim de entretenimento. Entre as mudanças, a maior priorização da entrega de conteúdo em vídeo, maior investimento em shopping e mensageria e recomendações de novas contas para seguir na timeline.
O Facebook continua liderando em 2021 o ranking de rede social com mais usuários no mundo (2,5 bilhões) e no Brasil (130 milhões). Seguida pelo YouTube com 127 milhões e Instagram com 110 milhões. O FB explodiu durante a pandemia com Lives de artistas, influenciadores e marcas, é uma rede social que reúne muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para gerar negócios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se com amigos e família, informar-se, dentre outros.
“Essas mudanças exigem uma maior criatividade e qualidade por parte dos produtores de conteúdo, os creators (influenciadores). Já para as marcas é uma forma de atrair a atenção dos usuários e ter o seu conteúdo mais recomendado pelos aplicativos, além de facilitar o recurso de compras”, complementa Sandra Bonani.
E toda essa expansão, constante evolução e adaptação a novas realidades das redes sociais acabou afetando o marketing de influência.
Segundo Vanessa Sallas, Coordenadora de Influência do Grupo Trama Reputale, devido ao enorme crescimento da plataforma TikTok está acontecendo uma ‘Tiktokização’ das outras redes sociais.
“O formato do Tik Tok tem chamado atenção de outras redes sociais que estão se inspirando nos formatos de vídeos rápidos e interativos, assim como na entrega do algoritmo. Isso resulta em novidades, como o YouTube short, que são vídeos curtos e muito similares aos do TikTok”, explica Vanessa.
Portanto, os influenciadores e as marcas que trabalham com eles têm que apostar cada vez mais em vídeos para venderem produtos e serviços.
Segundo o influenciador André Martins, fundador do canal do YouTube que leva seu nome e que tem mais de 128 mil seguidores, a priorização de entrega por vídeos, principalmente no YT e integração de outros serviços com o FB, se tornou prioridade, mas isso é algo que deve ser feito com cautela e de forma muito profissional.
“Hoje em dia, muitos criadores estão tentando vender um produto/serviço e não um bom conteúdo. Eu vivo numa dualidade de ter que fazer um contudo que gere engajamento bacana e uma busca interessante e, ao mesmo tempo, tendo que colocar meu endorso de criador para a venda desse produto. Não que isso seja ruim, é até interessante que, em certos momentos, essa chancela ocorra, mas muita gente quer, no final das contas, só gerar vendas, se esquecendo do conteúdo e da sua responsabilidade sobre ele”, explica Martins.
Está claro que as atualizações nas redes sociais impactam na realização de conteúdo, mas fica mais evidente que a qualidade e impacto do teor devem ser ainda melhores, ou seja, é aquele conteúdo que tira a dúvida da persona e consegue explicar um determinado assunto de forma completa. As mudanças nas redes criaram mais possibilidades de vendas de produtos e serviços para os influenciadores e marcas, porém isso deve ser feito com assertividade.
“Temos a faca e o queijo na mão para realizar algo interessante na parte de vender produtos e serviços, mas isso tem que ser feito com responsabilidade. Se uma marca aposta na minha venda de conteúdo, ele precisa ser relevante, interessante e eu preciso concordar com ele”, complementa o influenciador.
O impacto das ações de RP no marketing de influência
Em geral, o marketing de influência é feito por meio de ações pagas aos influenciadores. Mas é possível também usar estratégias de comunicação orgânica – que são ações de Relações Públicas e Inbound PR desenvolvidas independentemente de verbas de publicidade.
“Um dos principais diferenciais de fazer marketing de influência com uma agência de relações públicas é que as empresas podem trabalhar a experiência e a conexão com os influenciadores, antes mesmo de investir ações pagas. Ou melhor ainda, a agência elabora campanhas que misturam ações pagas e orgânicas, potencializando muito os resultados, em relação as campanhas que são exclusivamente pagas”, completa Sandra Bonani.
Ainda de acordo com a executiva:
“O primeiro passo é encontrar influenciadores que possuam sinergia com a marca, valores, proposito e causas devem ser levados em consideração. Em segundo lugar é preciso respeitar o formato, tom e linguagem que o produtor de conteúdo utiliza, só assim os consumidores irão ter confiança no conteúdo e se engajar na publicação e com a marca. E em terceiro lugar vale lembrar que se a marca quer ser lembrada de forma positiva, a construção de sua narrativa junto aos influenciadores deve estar alinhada a ações de Relações Institucionais, Marketing, Publicidade, Responsabilidade Social e Comunicação (interna e externa).”
As constantes e naturais mudanças nas redes sociais podem impactar o modo que os influenciadores e marcas trabalham e, também, como utilizam o MKT de influência, mas uma coisa continuará sempre válida: bons conteúdos, desenvolvidos de forma séria e profissional, são fundamentais para ações de sucesso nas redes sociais.
“Aqui na Trama temos um núcleo especializado em marketing de influência que desenvolve estratégias de relacionamento dos criadores de conteúdo com as marcas, pois acreditamos no potencial de disseminação de informação, contribuindo para criar espaços de discussão relevantes sobre temas que estão no foco das pessoas; e não somente em promover vendas de produtos”, finaliza Sandra.