A eleição presidencial que mobilizou a América também parou a Campus Party na tarde desta quarta-feira: quando o diretor online da campanha de Barack Obama, Scott Goodstein, comentou as estratégias usadas para eleger o presidente norte-americano. Foram dois anos em busca das melhores maneiras, meios e formatos de obter apoio dos eleitores.

Com foco essencialmente em redes sociais e propagandas online, cada meio utilizado visava a um tipo de objetivo: desde mobilizar as massas, até conseguir colaboradores ou verba. “Neste período, experimentamos praticamente todas as possibilidades de obter contato com os eleitores”, comenta. E conseguiram: mais de 300 mil norte-americanos se envolveram voluntariamente na disputa de Obama pela Casa Branca.

Um ponto que o profissional considera essencial para o sucesso de uma ação online é o estabelecimento de deadlines para mensurar os objetivos dos testes, permitindo verificar se a estratégia está funcionando. Para exemplificar, Goodstein conta que, no começo da campanha presidencial, optaram por utilizar o My Spaces como uma das formas de fazer contato direto, postando discursos e vídeos. “Há dois anos, essa era uma das redes mais importantes. Mas, neste meio-tempo, o Facebook decolou e tivermos que rever”.

Outra revolução que aconteceu durante a campanha e que fez os rumos mudarem foi o lançamento do iPhone. Com o objetivo de se adaptar ao novo aparelho, foi preciso desenvolver aplicativos específicos. “É um exemplo de que é imprescindível se movimentar com o mercado”, garante. Exatamente pelo maior presença de acesso à web via celular, ao final da campanha, a dobradinha twitter e mensagens de texto foi a mais bem-sucedida.

Conteúdo

Não são apenas os meios que colaboram para o sucesso de uma campanha online, os conteúdos tornam-se essenciais para atrair a atenção da audiência. Goodstein ensina o caminho das pedras: o segredo para conseguir conquistar adeptos é olhar de fora para dentro. “É essenial ver o que está sendo comentado nas ruas e trazer isso para a sua campanha. Foi o que aconteceu com o ‘Yes, we can’ [jargão da campanha]. O Obama falava isso nos discursos e todos gostavam muito, utilizamos em vídeos nas redes sociais e foi um estouro”, relembra.

Pensando especificamente no caso brasileiro, o profissional analisou as mídias sociais como uma possibilidade de mobilização da sociedade em busca de transformação em determinadas áreas. Ainda citou o caso do Haiti como exemplo de como essas redes podem ajudar em ações de solidariedade, agregando pessoas de todo o globo.