A influência da cultura on-line, que expõe com honestidade e rapidez as marcas, está afastando os consumidores de algumas empresas sem atitude em favor de daquelas que possuem alguma personalidade.

Como resultado da enxurrada de comentários disponíveis nas redes sociais, estamos vivendo um momento do triunfo da transparência onde os consumidores estão se beneficiando disso e, descobrindo de forma mais rápida e compartilhada as falhas das empresas.

Os consumidores estão cada vez mais conscientes de que a personalidade e o lucro podem ser compatíveis, buscam marcas que tenham um engajamento com causas nobres e, que tenham um discurso corporativo compatível com seus valores pessoais, as marcas devem ser cada vez mais “humanas” pois os consumidores estão cada vez mais desencantados com  marcas tradicionais e impessoais.

Já na década de 1960, David Ogilvy, publicitário e pesquisador, realizou pesquisas de mercado que o levaram a conclusão de que as marcas são percebidas pelos consumidores através de traços de personalidade e características humanas. Eram relacionadas pelo charme, modernidade, inteligência, simpatia, elegância, tradição, inovação, e outras. Desta forma ele criou o termo brand personality que descreve as características emocionais da marca que vão além da funcionalidade atribuída ao produto.

O mundo on-line traz uma comunicação mais imediata, aberta e nua, as pessoas estão falando abertamente das suas vidas, de seus sentimentos, gostos, costumes e falhas e querem marcas que façam o mesmo, a natureza humana dita que as pessoas tem dificuldade em conectar-se e confiar em outros seres humanos que fingem não ter fraquezas, falhas ou erros e com as marcas não é diferente, consumidores esperam mais do que senso de humor, eles esperam valores humanos.

No final de 2013 Chris Malone, especialista em fidelidade do cliente, e Susan T. Fiske, professora de psicologia da Universidade de Princeton, lançaram o livro “A marca humana: como nos relacionamos com as pessoas, produtos e empresas” [The Human Brand: How We Relate to People, Products, and Companies],” Nossas percepções são resultado de juízos espontâneos sobre cordialidade e competência — precisamente os mesmos elementos que norteiam nossa impressão sobre outras pessoas. Consequentemente, os clientes avaliam, julgam e plasmam suas relações com as empresas de modos que são marcadamente semelhantes à forma como avaliam as pessoas e se comportam em relação a elas.” Vale a pena conferir.