A Comunicação Corporativa ganhou status, evoluiu e cresceu muito nos últimos anos, especialmente os pós-pandêmicos. Os profissionais devem ficar atentos às tendências para manter-se competitivos e alinhados com o que existe de mais atual para a área se tornar ainda mais estratégica. Para 2023, as principais tendências envolvem visão 360°, narrativa única, co-criação e práticas de ESG.
Estudo da Mckinsey sobre prioridades para 2023 aponta que CEOs do mundo todo estão se movimentando para ganhar terreno frente aos rivais apesar de toda turbulência atual.
Segundo o estudo, mais da metade dos altos executivos consideram a construção de novos negócios uma das três principais prioridades e buscam construí-los a partir de novas tecnologias.
Entre as tendências em tecnologias apontadas pela Forbes estão a Inteligência Artificial que se torna realidade nas organizações; o metaverso, que se torna um atalho para uma internet mais imersiva; os progressos na Web 3.0; os avanços na computação quântica que permite operações um trilhão de vezes mais rápidas e o uso de tecnologia cada vez mais sustentável.
Uma nova forma das pessoas se comunicarem e fazerem negócios.
Quando muda a forma como a tecnologia e a internet funciona (e está sempre mudando), também muda a forma como as pessoas se comunicam, jogam, criam, transacionam, trabalham, aprendem e se relacionam. Vivemos hoje mudanças culturais contínuas. Mudanças econômicas e em modelos de negócios.
A mudança também acontece com ideias e informações, e como as ideias são desenvolvidas, organizadas, possuídas e financiadas. À medida que todas essas mudanças ocorrem, também ocorrem as possibilidades que podemos construir agora e imaginar construir no futuro.
Num mundo em constante disrupção, a resiliência é uma força vital.
Estudo da Mckinsey aponta ainda que os CEOs consideram hoje a resiliência como uma força vital para empresas que operam em um mundo de alta volatilidade e disrupção sem fim. Esses líderes estão pensando na próxima década, não no próximo mês.
Muitos estão estimulando suas organizações a repensar as oportunidades e criar soluções ou modelos de negócios e precisam de um plano de engajamento com todos os seus stakeholders para executar essa visão de futuro e gerar valor compartilhado da sua marca em toda sua cadeia de relacionamentos.
Muitas vezes falta um plano de comunicação corporativa integrado que ajude CEOS a atingir seus objetivos. Isso porque a falta de integração entre as áreas, pessoas, processos e estratégias, ainda mais acentuadas hoje em decorrência ao trabalho remoto. Isso fez com que a comunicação praticada até os dias atuais fosse operacional e desintegrada, comprometendo os resultados nos negócios.
As 10 prioridades em Comunicação Corporativa para 2023.
Para 2023, as dez prioridades para ter uma comunicação corporativa mais estratégica se baseiam em:
1) Comunicação integrada – visão 360 para engajar os públicos internos e externos na visão de futuro da marca.
Fazer isso bem requer uma ampla gama de perspectivas contraditórias:
- pensar a comunicação de fora para dentro e de dentro para fora; com instrumentos que funcionem como um telescópio para ver o mundo externo, analisando o contexto midiático em que a empresa está inserida e um microscópio para decompô-lo internamente;
- criando uma visão instantânea de como a comunicação com empregados pode solucionar problemas imediatos que possam colocar a organização de volta rumo ao futuro. Uma visão 360 graus da comunicação é essencial para que ela se torne estratégica.
2) Comunicação colaborativa – narrativa co-construída por e para os stakeholders da marca.
A comunicação corporativa precisa ser altamente colaborativa e pensada de forma integradora, ou seja, suas narrativas precisam envolver os públicos da organização nessa visão de futuro.
É preciso traçar um novo caminho; cocriar o relacionamento, ou seja, fortalecer e aproveitar a influência dos stakeholders, gerando benefícios mútuos e desbloqueando o acesso ao ecossistema da marca.
3) Comunicação Corporativa ágil.
Ao invés de grandes projetos ou longos planos anuais, sem agilidade, os gestores de comunicação corporativa deverão desenvolver e aprimorar produtos e serviços com base nos insights dos stakeholders, nos chamados ciclos ágeis ou entregas faseadas.
A ideia é trazer as metodologias ágeis para o mundo da comunicação corporativa, combinando o uso de iterações para a melhoria do projeto final de comunicação, que é incrementado continuamente até atingir seu objetivo maior que é o engajamento do público-alvo.
4) Comunicação preditiva.
Cada vez mais a comunicação corporativa deve utilizar dados para entender e prever tendências no comportamento dos stakeholders.
O comunicador deve pensar como um pesquisador, ou seja, olhar para cada decisão e reação como um experimento que irá acelerar o impacto da marca no mundo e gerar novos insights.
Com o apoio de análise de dados hoje a área de comunicação corporativa é capaz de identificar lacunas e oportunidades de fortalecer a reputação da organização perante seus públicos. Mas a empresa precisa estar aberta para rever continuamente seu posicionamento.
5) Risk Driven – Mapeamento de riscos reputacionais.
Com a análise de riscos reputacionais é possível identificar os problemas que abrangem o mercado de atuação da empresa e formular uma resposta que traga todos os recursos certos para colocar a visão de futuro da marca para ser mais bem percebida por seus stakeholders internos e externos e pela sociedade.
6) Comunicação ESG.
Posicionamento e investimento em sustentabilidade e na agenda ESG segue em evidência. Aumenta a cobrança para que marcas tradicionais se reposicionem diante de causas urgentes da sociedade atual e gerações futuras. A agenda das empresas e das pessoas estão cada vez mais interligadas.
Busca-se valores e propósitos similares com os quais é possível se identificar, tanto dos consumidores em relação as marcas quanto dos colaboradores em relação aos empregadores, e até do envolvimento dos funcionários com a comunidade no qual a empresa está inserida.
7) Comunicação combativa a desinformação.
Combater a desinformação com educação e conteúdo de qualidade – no contexto brasileiro, na dinâmica que mantém e assegura as democracias, todos os atores sociais possuem um papel.
É preciso que esses atores – em especial, as empresas – compreendam melhor os fenômenos da sociedade da informação, para atender às necessidades de ação, comunicação e posicionamento público e atuem para combater a disseminação de fake News.
8) Comunicação ominichannel da liderança.
Uma das tendências é intensificar o papel comunicador das lideranças da empresa tanto interna como externamente.
Os líderes são responsáveis por fazer as mensagens chegarem a todos os stakeholders, principalmente junto aos colaboradores a quem devem chegar, tanto nas interações face-to-face quanto no ambiente online.
Para isso, a grande maioria precisa ampliar sua presença digital. Em um mundo sem fronteiras liderança se torna algo menos sobre autoridade formal e mais sobre inspirar pessoas, inovar e reformular seu papel na criação do futuro de sua organização.
9) Comunicação de in-fluencers.
Aumenta a tendência de trabalhar com embaixadores da marca, identificando e capacitando influenciadores internos por meio de treinamentos e cursos de capacitações.
A Vivo, por exemplo, criou o programa Vivo Creators, que deu a alguns colaboradores a missão de criar conteúdo sobre os assuntos internos da empresa, visando engajar os demais colegas. O resultado é uma comunicação mais humanizada, empática, criativa e interessante para quem recebe.
10) Comunicação para Diversidade e Inclusão.
A comunicação corporativa deve projetar para o impacto, mostrando como a empresa toma medidas ousadas para resultados equitativos em Diversidade e Inclusão – DEI e seu foco no elemento humano.
Não existe limite ou meta a ser atingida, as organizações são cobradas por buscar melhoria contínua em todas as áreas da diversidade.
