No início deste ano, tivemos a oportunidade de entrevistá-la para a Revista Impulso!, da Arcor. Muito já tinhamos ouvido acerca do seu trabalho na área de responsabilidade social ligado à inclusão de pessoas com deficiência visual. Quantos sábios ensinamentos e experiências interessantes pudemos aboserver neste rico bate-papo.
Neste domingo, 29/8, o mundo ficou mais cinzento. Dorina Nowill nos deixou, aos 91 anos, mas seu legado fica. Ela era daquelas brasileiras que nos faziam acreditar no País. Perseverança, compaixão e paciência são as lições deixadas por esta paulistana, que cega aos 17 anos enxergava o mundo com os olhos da alma. Foi vanguardista ao criar, em 1946, com a participação de outras normalistas, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que mais tarde recebeu seu nome em reconhecimento por uma vida inteira dedicada à inclusão dos deficientes visuais.
Ficam a saudade e os exemplos como guias para a continuidade do trabalho iniciado e desenvolvido por Dorina em mais de seis décadas. Em sua entrevista à Impulso!, disse: “A cegueira é difícil para uns, um pouco menos para outros. Fácil, para ninguém. Pode-se destacar que uma das maiores dificuldades ainda está diretamente ligada à mobilidade, à falta de emprego que ocasiona problemas financeiros, à ausência de legislação adequada, entre outros temas. É preciso batalhar muito ainda”. Que levemos adiante seu legado!