As organizações já constataram a necessidade de reter os colaboradores não apenas com benefícios, mas também por meio do engajamento em atividades ou com o propósito da empresa. Somado a isso, a tecnologia mais amigável, próxima e que oportuniza a ampliação da mobilidade contribuiu para a mudança de comportamento dos empregados.

Para facilitar esse processo, recentemente o Institute of Internal Communication (IoIC) desenvolveu o Mapa de Competências da Comunicação Interna. O material será adaptado pela Aberje ainda neste semestre, mas já é possível consultá-lo em Inglês.

O conteúdo foi organizado de forma a dividir os conhecimentos exigidos aos profissionais de comunicação interna em seis áreas diferentes. Conheça cada um deles:

1 – Criação e Curadoria de Conteúdo e Conversa

É preciso facilitar o entendimento mútuo através da criação de um ambiente que encoraja e apoia conversas significativas em todas as direções, permitindo uma colaboração eficaz. Mais do que nunca, torna-se necessário criar mensagens coerentes e objetivas que informam, inspiram e impulsionam a ação.

2 – Estratégia, planejamento e negócios

Os profissionais de comunicação interna precisam combinar uma forte visão de negócios com a compreensão das pessoas, a fim de desenvolver e implementar estratégias, planos e campanhas que beneficiam a organização e as pessoas em todos os níveis.

3 – Entendimento de pessoas e culturas

Garantir que as abordagens de comunicação sejam adequadas para a cultura organizacional é fundamental. E isso é possível por meio da compreensão das pessoas e de suas necessidades. Assim, é possível criar um ambiente onde a voz e a participação do colaborador fazem parte da estrutura da organização.

4 – Gerenciamento de canais e comunidades

Cada vez mais, é preciso investir no desenvolvimento, entrega, gerenciamento e avaliação de uma infraestrutura de canais para comunicação multidirecional dentro da organização. Isso permite a combinação ideal e o uso de canais presenciais, escritos e digitais para apoiar as necessidades de negócios e pessoas.

5 – Conduzindo pesquisas, medindo e demonstrando valor

Utilizar técnicas eficazes de pesquisa, mensuração e avaliação para entregar insights e evidências significativas é fundamental, pois demonstra de forma robusta o valor e impacto da comunicação interna de alto padrão.

6 – Influenciando e aconselhando

Por fim, é preciso fazer recomendações sobre a comunicação interna por meio de relacionamentos eficazes com as partes interessadas e transferir conhecimento para equipar outras pessoas em toda a organização, para adotar práticas altamente eficazes.

O poder das Novas Tecnologias na Comunicação Interna

Leila Gasparindo, CEO e fundadora do Grupo Trama Reputale complementa:

“A tecnologia alterou a forma como os colaboradores consomem e interagem com o conteúdo, passando a exigir novos canais de comunicação interna, como a intranet e as redes sociais internas, onde os funcionários podem comentar, compartilhar e interagir uns com os outros. Essas novas gerações, que cresceram e viveram toda a vida numa era tecnológica, destacam-se das restantes gerações devido aos seus hábitos de consumo e valores, o que as faz estabelecer uma relação mais emotiva com as marcas empregadoras”.

Dessa forma, a comunicação interna ganhou um novo papel, onde é possível influenciar e aconselhar, demonstrando aos colaboradores os elementos diferenciadores que integram a organização, e que por sua vez, poderão ser transmitidos por eles para o ambiente exterior.

“O poder que as novas tecnologias têm adquirido nas mãos dos colaboradores é imenso, já que esses podem tanto iniciar diálogos no domínio público sobre as organizações. Por isso, se não forem bem-preparados, podem colocar em risco a imagem da empresa. Ou seja, vivemos uma era em que a reputação se constrói de dentro para fora, o que coloca a comunicação interna em uma posição estratégica”, completa Gasparindo.

Criação de Experiências Positivas (físicas e mentais)

No âmbito do entendimento de pessoas, também abordado pelo Mapa de Competências da Comunicação Interna, da IoIC, o principal objetivo deve ser o de criar uma experiência positiva para os colaboradores (física e psicologicamente) por meio da confiança, envolvimento e lealdade em relação à organização.

“Para continuarem a ser competitivas, as organizações devem levar em conta o fato de os empregados, em todos os níveis, serem sua audiência mais importante. Por isso, o verdadeiro propósito da comunicação interna é alinhar as pessoas com a organização, garantindo que elas compreendam o seu papel, como devem desempenhá-lo e como contribuem para a organização como um todo”, declara Leila.

Fator de identificação

Além disso, os canais, outro ponto de destaque do mapa desenvolvido pela IoIC, podem aumentar a identificação com a organização se forem levados em conta os hábitos de consumo de informação, os interesses e as necessidades dos colaboradores.

“Usar múltiplos canais de comunicação torna a estratégia mais eficaz pelo fato de os indivíduos processarem a informação de forma diferente; algumas pessoas são mais visuais (preferem vídeos), outras mais auditivas (absorvem mais informações por podcasts) e outras mais sinestésicas (preferindo eventos ou algo mais ligado aos sentidos). Assim, os diferentes canais servem a diferentes propósitos, sendo mais fácil apelar às emoções por meio de uns (como fotografias) e à lógica por meio de outros (como gráficos)”, diz Leila.

A existência de uma estratégia vai permitir definir o que comunicar e como. Em suma, deve ser dada a oportunidade aos colaboradores de se envolverem, participarem ativamente e serem ouvidos.

O Grupo Trama Reputale tem valores organizacionais ligados às habilidades e comportamentos mostrados no mapa como essenciais para os profissionais de comunicação: diálogo para saber ouvir, ser diplomático e dar voz aos públicos da marca, conhecimento para gerar estratégia, inovação para usar criatividade e gerar valor e agilidade para influenciar e ser relevante.

A agência inclusiva recruta profissionais para sua equipe por meio desses critérios, além das habilidades convencionais de boa escrita.

“Também consideramos essencial selecionar pessoas questionadoras e empáticas, que sejam curiosas e gostem de estudar. Temos ainda um programa de desenvolvimento e capacitação que prevê o custeio parcial de cursos de extensão, especialização e pós-graduação. Além disso, temos promovido workshops, cursos e palestras com professores e convidados renomados sobre temas específicos como compliance, gestão de crise, diversidade, storytelling e outros, e incluímos uma trilha de treinamentos internos que visam desenvolver a equipe e torná-los atualizados constantemente frente às tendências da área de comunicação e a gestão de projetos”, finaliza Leila.