O marketing deve explorar os sentidos humanos para conquistar o coração do cliente. É uma batalha de percepções e não de produtos. Mas você conhece efetivamente a estratégia dessa guerra?
E mais: sabe como aplicá-la em sua Comunicação Corporativa, conectando times e proporcionando a eles experiências capazes de transformá-los em verdadeiros admiradores de sua marca?
O que é Marketing Sensorial?
O Marketing Sensorial foca em realizar ações com o objetivo de estimular seus sentidos como o tato, olfato, paladar, visão e audição. Quando trabalhado corretamente, essa estratégia pode trazer resultados positivos na experiência do cliente.
O professor Sérgio Ignácio, doutor e autor do livro “Desmistificando o Neuromarketing: Como potencializar as estratégias de Marketing estudando a mente do consumidor”, exemplifica bem:
“Quando pensamos em termos de Marketing Sensorial, nada mais é do que a percepção de o que nosso consumidor é uma máquina de captar estímulos do ambiente. Por onde ele capta estímulo do ambiente? Por meio dos seus 5 sentidos. Ele capta, processa dentro do seu cérebro e toma determinadas decisões como prestar atenção na propaganda, comprar o produto ou simplesmente pegar as dicas do ambiente.”
Prof. Dr. Sérgio Ignácio.
O Marketing Sensorial se faz presente nessas dicas do ambiente que muitas vezes não assimilamos. Tem a ver com neurociência. Partindo da necessidade de absorver essas informações subjetivas, surgem os estudos da área de neuromarketing.
“O neuromarketing prova por meio dos estudos que esses atributos sensoriais falam diretamente com nosso cérebro mais antigo, que é rápido e automático” completa o professor.
Veja Além do Óbvio
A visão é uma das linguagens silenciosas mais utilizadas pela publicidade na construção de uma marca. Para potencializar as ações que envolvem essa percepção, é necessário estudar o público de interesse com profundidade. Interpretar onde queremos atingir é o ideal para desenvolver uma imagem atrativa.
A psicologia das cores também é uma estratégia importante na identidade do seu projeto. As paletas de tons mexem com a sensibilidade humana, tendo a resposta fisiológica personalizada de acordo com o ambiente onde o indivíduo está inserido.
Formas também desempenham influência em como a mensagem é recebida, como por exemplo as formas das letras. As fontes funcionam como signos porque têm a capacidade de representar. Partindo dessa premissa, as fontes têm significados. Ajuste seu objetivo de comunicação com aquela peça com a fonte adequada.
Mesmo sendo uma percepção ótima para se trabalhar, Sérgio Ignácio lança uma provocação:
“Por que não utilizar dos 5 sentidos para tentar quebrar as barreiras naturais que nós construímos para nos defendermos de tantos estímulos visuais que nós temos em nosso cotidiano”
Toque nas Experiências
Muitos não compreendem como inserir o tato, mas uma ótima oportunidade é na distribuição de press-kits, gifts personalizados e amostras ao público. Sabia que até o material da embalagem pode te ajudar na fidelização?
Se atentar a esses detalhes é essencial para um tratamento mais assertivo, além de inclusivo. Muitos consumidores e outros públicos que se relacionam com sua a marca, inclusive internamente, possuem algum tipo de deficiência visual e promover uma experiência agradável para eles é imprescindível.
Sinta o Cheiro das Lembranças
A partir do momento em que se capta qual a finalidade da informação que se deseja divulgar, esse sentido pode ser explorado. O projeto remete disruptividade? Aventura? Cheiros da natureza podem remeter a liberdade.
A proposta remete a família, conforto? Trabalhe o saudosismo do cheiro de café. Sensualidade e mistério conversam bem com amadeirado. As possibilidades são muitas!
Saiba você que o olfato é o sentido que se mantém vivo por mais tempo na memória de um ser humano. É possível atrelar esse cheiro na embalagem de compra ou na loja e assim tornar seu plano de comunicação ainda mais distinto no imaginário do consumidor.
A Vanessa Sallas, Coordenadora de Influência do Grupo Trama Reputale, encabeçou um projeto da Seven Boys, cliente do grupo do Núcleo de Relações Públicas, que explorou bem o marketing sensorial. Tratava-se do lançamento da linha “Casa de Vó”.
“O objetivo era anunciar o lançamento e fazer com que as pessoas tivessem uma experiência também. Nós queríamos reativar as memórias marcantes da infância, do tempo em que ficavam na casa da vó comendo as gostosuras que ela fazia.”
Para isso, ela e sua equipe criaram uma caixa com a temática de azulejo português (remetendo casas antigas) e colocando dentro os pães bem frescos. Os detalhes fizeram toda a diferença:
“Na tampa da caixa tinha a pergunta: O que te lembra Casa de Vó? Quando a pessoa abria a caixa o cheiro do pão de coco predominava tudo. Fizemos isso em uma campanha para influenciadores digitais. Todos abriam a caixa e pelo olfato já eram levados para os momentos bons da infância. Foi um kit bem nostálgico e que atendeu bem o objetivo inicial.”
Imagens do press-kit “Casa de Vó”, da Seven Boys.
Ouça o Humor
Música é uma ótima ferramenta para oferecer uma experiência agradável a todos os públicos. Sabe quando entramos em uma loja e escutamos músicas tocando? Repare que o ritmo e a intensidade do som alteram de loja para loja, afinal seus públicos são vastos. Isso também é uma ação de marketing sensorial.
Quando o estímulo sensorial auditivo é utilizado para evocar emoções congruentes com o significado simbólico da experiência das pessoas, as chances de haver interação entre elas e atmosfera são maiores. O cenário que envolve a distribuição de serviços apresenta diversos elementos sensoriais, o que afeta o comportamento do usuário. Esse aspecto influi no tempo de permanência no ambiente e até no humor.
“Podemos utilizar alguns barulhos característicos do produto” Alguns barulhos característicos que existem quando manuseio o produto. O frescor que sentimos ao abrir um saco de batatinhas, o som do ar saindo. O som de um cofre sendo trancado, isso transmite segurança” diz Ignácio.
Ouse na Criatividade do Paladar
Quem nunca teve um sorriso arrancado ao ganhar um mimo caminhando despretensiosamente pelo mercado? O paladar influencia diretamente em como nos sentimos. Já reparou em como salas de espera geralmente têm doces? Isso é para nos acalmar e a receptividade ao visitante ser ainda mais agradável.
Já pensou em disponibilizar doces em reuniões importantes, como em town-halls ou encontros com as lideranças? Isso afetará positivamente no humor dos envolvidos, aproximando ainda mais.
Cases pra você se Inspirar
Acompanhe alguns cases em que temos trabalhado com o marketing sensorial:
Lançamento da Bola e camiseta da seleção brasileira de futsal
Um exemplo criativo da embalagem como experiência é o case da Penalty. Para divulgar a nova bola e nova camiseta da seleção Brasileira de Futsal para jornalistas, a caixa se transforma em uma quadra de futsal.
Imagens do press-kit da Penalty.
Lançamento da Linha “Do Forno” – Finalista do Prêmio Jatobá 2018
A campanha focava em entregar ao influenciador digital uma sensação rústica e elegante através do press-kit. Para isso, foi utilizado uma caixa de madeira no estilo “clube gourmet” com os pães da marca Wickbold “Do Forno” e ingredientes para preparação de uma receita especial.
Para completar a experiência, foi enviado um avental bordado com o logo especial dos 80 anos da marca e o nome do influenciador. Essa finalização era o toque do chef para arrematar o conceito artesanal.
Conheça o case completo aqui.
Imagens do press-kit da Wickbold.
Bônus 😉 Leituras sobre o Tema
Desmistificando o Neuromarketing: Como potencializar as estratégias de Marketing estudando a mente do consumidor, de Sérgio Ignácio
Lançado em 2020, o livro aborda o neuromarketing de maneira atualizada e com profundidade questões de marca e marketing sensorial. Ele auxilia na compreensão do comportamento do consumidor. Um livro importante para compreender o cérebro humano tanto no desenvolvimento de uma marca quanto em sua manutenção.
A lógica do Consumo, de Martin Lindstrom
Quer ficar por dentro da neurociência na comunicação? Esse livro é para você. Baseado na maior pesquisa de neuromarketing já realizada, o livro nos surpreende sobre como instituições utilizam de ações singelas, porém efetivas, para nos manter consumindo.
