Mesmo com a venda de celulares, tablets e smartphones crescendo mundialmente, gigantes da internet, como o Google e o Facebook, não levam a sério os reais ganhos que podem obter em vendas de anúncios para plataformas móveis.

Melhor para o Twitter, que consegue faturar 70% de sua renda em anúncios voltados para celulares. Isso porque, ao contrário da concorrência, que cobra menos pela publicidade para telefones, o microblog pratica valores iguais nas diferentes plataformas. E, dessa forma, obtém um retorno surpreendente, inclusive para os próprios executivos do Twitter.

Por ainda serem novidade, os anúncios feitos para telefones costumam dar mais resultado com os usuários que interagem acessando-os ou replicando-os para seus contatos. Por isso, o impacto desse tipo de publicidade é excelente, ainda mais se ela for usada em promoções pontuais.

Um bom exemplo disso foi o sucesso alcançado por uma rede norte-americana de restaurantes de comida chinesa, que incluiu em seu budget uma verba de US$ 25.000 para uma promoção voltada ao Ano-Novo chinês dentro do Twitter. A rede se surpreendeu ao descobrir que o número de pessoas que clicaram no anúncio superou a marca de um milhão, o que tornou a rede mais conhecida e, claro, gerou um aumento no volume de refeições vendidas nos restaurantes. Esse retorno fez com que a rede direcionasse a celulares toda a verba reservada para anúncios no Twitter.

A contrapartida desse boom dos anúncios para celulares dentro do microblog é que eles são mais eficientes para campanhas pontuais ou de curtíssima duração, já que o impacto para a construção de relacionamento entre marca e consumidor é praticamente zero.

O faturamento do Twitter pulou de US$ 139,5 milhões, no ano passado, para US$ 259,9 milhões em 2012. E esses números devem crescer até o final do ano. A estimativa levantada por especialistas norte-americanos para o valor do Twitter é de US$ 8,4 bilhões e espera-se que ele aumente ainda mais com a possível entrada da empresa no mercado de ações.

Por outro lado, o investimento em anúncios para plataformas móveis é menor do que os voltados para outras mídias digitais e as mídias tradicionais: apenas 2,5% do budget total das campanhas.

O que impede as agências e os anunciantes de realizarem maiores investimentos em plataformas móveis seriam as telas menores e com menor resolução. Porém, com esses números apresentados pelo Twitter, já é hora de anunciantes e agências reverem os seus conceitos.