São Paulo, maio de 2013 – A Quicksite, empresa embarcada no Porto Digital, parque tecnológico recifense, aposta na participação das pessoas para melhorar a gestão pública. A ferramenta para isso é o Colab, uma rede social lançada em abril, que está disponível na internet e em aplicativos para IOS e Android.
Já em pleno funcionamento no Recife, com mais de quatro mil usuários, a rede social é baseada em três pilares de interação com a cidade: fiscalizar, propor e avaliar. Cada um desses conceitos é concretizado em um botão. Em “Fiscalize”, o usuário pode apontar problemas rotineiros da cidade; em “Proponha”, o cidadão consegue propor e discutir projetos de melhoria; já em “Avalie”, é possível que ele dê notas para os serviços e instituições ligadas ao governo. As informações contidas na ferramenta estão disponíveis para os cidadãos, a imprensa e o poder público.
O Colab nasceu da ideia dos empreendedores Gustavo Maia e Paulo Pandolfi, que perceberam que, cada vez mais, as pessoas debatem problemas e soluções sobre as cidades nas redes sociais. Porém, essas discussões sempre paravam ao encontrar com um problema: ao falar abertamente no Twitter, Facebook, ou em outra mídia social, nada daquilo é visto pelo poder público, que não consegue filtrar, categorizar e agir em cima da demanda da população. Com isso, de acordo com Maia, “o Colab foi criado para ser canal no qual as pessoas possam exercer sua cidadania, mas que seja de fácil acesso para o poder público”. “Queremos conectar as pessoas através de uma coisa em comum, as cidades”, conclui.
Seguindo a tendência de “gamification”, o Colab também tem um ranking de interatividade, com cada participação ganhando uma pontuação específica. A rede social está integrada ao Facebook, o qual fornece todos os dados do novo usuário, como cidade, amigos, estudos e trabalho.
Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, comemora a inovação dos empreendedores da Quicksite. “Um aplicativo como o Colab incentiva que os cidadãos participem da gestão da sua cidade, sugerindo ações que serão benéficas para toda a coletividade”. E complementa, “a pressão da sociedade é muito importante para construir uma cidade melhor para todos”.
Maia avalia, entretanto, que o poder público ainda é temerário ao expor os problemas. Para o empreendedor, “o problema não é falar em buraco na rua, mas o buraco existir”. Um exemplo de que o município consegue olhar essa exposição com bons olhos é o da Prefeitura do Recife, que tem respondido às solicitações e solucionado a parte dos problemas, mesmo sem uma participação oficial.
Atualmente, o Colab funciona em Recife e São Paulo. Há planos de começar a atuar no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Para expandir a participação dos gestores públicos, a ideia dos sócios Gustavo Maia e Paulo Pandolfi é oferecer gratuitamente a ferramenta para as prefeituras, com uma funcionalidade para que se possa indicar o órgão responsável pela notificação e apontar um fiscal para solucionar o problema.
Sobre o Porto Digital
O Porto Digital é um dos pilares da nova economia do Estado de Pernambuco, com 200 empresas que faturaram uma média de R$ 1 bilhão (2010) e empregam mais de 6.500 pessoas. Sua atuação se dá em atividades altamente intensivas em conhecimento e inovação, que são software e serviços de tecnologias da informação e comunicação e economia criativa, em especial os segmentos de games, multimídia, cine-vídeo-animação, música, design e fotografia, além de propaganda e publicidade.
Considerado uma referência na implementação do modelo da ‘triple helix’, o Porto Digital é fruto de uma ação coordenada entre empresas, governo e academia, que resultou, após 10 anos de sua fundação (2000), num dos principais ambientes de inovação do País.