São Paulo, setembro de 2013 – Enquanto vários mercados maduros no “Velho Continente” continuaram a lutar diante da crise financeira que assola a economia regional, a indústria fitness na América Latina, nos Estados Unidos e na Austrália cresceu em cima de um forte desempenho.
Atualmente, a indústria global de academias gera cerca de US$ 75,7 bilhões em receita anual, congregando mais de 150 mil estabelecimentos. Cerca de 132 milhões de pessoas são usuárias de uma academia de ginástica em todo o mundo.
Os números são do IHRSA Global Report 2013 e alertam, portanto, para diferentes realidades de negócios. Confira abaixo os números de cada região:
Américas
Nos Estados Unidos, a indústria fitness manteve-se estável, embora os gestores de academias de sucesso tenham relatado um melhor desempenho. Em todo o setor, a receita chegou a aproximadamente US$ 21,8 bilhões em 2012. Comparável aos resultados de 2011, mais de 50 milhões de pessoas revelaram-se membros efetivos de 30,5 mil academias no País em 2012.
O IHRSA Index de 18 academias e clubes esportivos, representando 538 instalações, registrou fortes indicadores de desempenho em 2012, se comparados ao ano anterior. No geral, a receita cresceu 8,1%, enquanto a receita de novo membros aumentou 6,7%. Algumas unidades da mesma rede também relataram melhorias de 2,9% e 2,5%, respectivamente, no total de vendas e outras receitas não advindas de novos clientes.
Na América Latina, a indústria está robusta, com oportunidades de crescimento. De acordo com o IHRSA Latin American Report, as academias geraram cerca de US$ 5,5 bilhões em receitas em mais de 46 mil estabelecimentos em 15 mercados latino-americanos.
O Brasil lidera todos os indicadores: em receitas (US$ 2,4 bilhões), em número de academias (23.398) e em número de usuários (7 milhões). México e Argentina representam o segundo e o terceiro maiores mercados da região. O México gera cerca de US$ 1,5 bilhão em receitas em mais de 7,8 mil academias que atendem a 2,7 milhões de membros. Cerca de 6% dos argentinos pertencem a uma academia, representando, assim um mercado que atrai 2,3 milhões de membros.
As baixas taxas de penetração e o aumento da consciência em relação a questões de saúde representam oportunidades para o crescimento do setor na América Latina. Em média, 1,7% dos latino-americanos pertencem a uma academia. De acordo com o Gallup, apenas 53% dos latino-americanos exercitam-se, pelo menos, uma vez por semana. Gestores de academias na América Latina estão excepcionalmente bem posicionados para enfrentar a inatividade, o aumento das taxas de obesidade, os níveis de estresse da população e outros indicadores ligados ao estilo de vida.
Para Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil, os resultados do relatório apenas confirmam a força e o potencial deste setor no cenário econômico atual, algo que já é notório há alguns anos. “Continuamos sendo o segundo maior mercado de academias do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O México, por exemplo, que é o segundo maior mercado da América Latina, tem menos de oito mil academias, uma marca muito inferior à nossa, que ultrapassou os 23 mil este ano. Isso se explica pela inclinação das pessoas de se preocuparem cada vez mais com a saúde e a longevidade. Hoje em dia as pessoas vivem mais e estão tomando consciência de que também podem viver melhor”, declarou Soares.
Europa
A economia da Europa continua a desafiar os mercados na Espanha, Itália e Portugal. Estimativas preliminares apontam para uma diminuição de até 20% no tamanho do mercado regional (número de academias e clientes). Os principais indicadores de desempenho também estimam que o setor tenha encolhido cerca de 10% na Grécia e na Irlanda.
No entanto, a indústria de academias no Reino Unido e na Alemanha manteve-se estável, com crescimento em determinados setores. O número total de academias e clientes aumentou ligeiramente no Reino Unido, com 5,9 mil academias atraindo 7,6 milhões de membros.
O Reino Unido tem apresentado um crescimento notável no segmento low-cost, bem como uma forte lealdade de membros a instalações independentes. O número total de membros na Alemanha continua forte como cerca de 7,9 milhões de alemães pertencendo a mais de 7 mil academias. As redes de academias representam quase metade dos membros de academias do país, com 3,5 milhões de pessoas.
No geral, o mercado europeu continua a ser a região mais lucrativa com o maior número de academias. A Europa gera cerca de US$ 32 bilhões em receita em mais de 45 mil empreendimentos. Cerca de 41,9 milhões de membros pertencem a academias na Europa.
Ásia e Pacífico
O mercado asiático conta com 17 milhões de membros e mais de 21 mil academias. A Ásia gera cerca de US$ 11,5 bilhões em receitas em mais de 18 mil estabelecimentos, servindo 14,6 milhões de membros.
Com cerca de 3 mil empresas, Austrália e Nova Zelândia geraram US$ 2,1 bilhões em receitas e cerca de 2,3 milhões de membros.
De acordo com o The Australian Fitness Industry Report, quase um em cada cinco australianos (18%) participa de atividades físicas regulares. Este número deverá ultrapassar 7 milhões até 2020. A indústria fitness australiana identifica como modelos de sucesso de negócios que envolvem seus consumidores os seguintes nichos: estúdios de fitness, academias 24 horas, redes full-service e personal trainer externo.
Para Joe Moore, presidente e CEO da IHRSA, coletivamente, a indústria global fitness parece antecipar um crescimento futuro. “Embora os desafios prevaleçam na Europa, o futuro parece brilhante nas Américas. Oportunidades de crescimento também permanecem satisfatórias nas regiões da Ásia e Pacífico. Por isso, vamos continuar mapeando tendências e identificando as oportunidades de expansão mundo a fora”, conclui.