- O Global Services Location Index 2023 destaca a atratividade financeira do Brasil como sua principal vantagem competitiva quando comparado a outros países das Américas;
- Outras economias da região, como Estados Unidos, Chile, Peru, Argentina e Uruguai perderam posições em relação à última edição do GSLI, divulgada em 2021.
São Paulo, 25 de julho de 2023 – A Kearney, uma das maiores consultorias globais de gestão de negócios, publicou hoje a 12a edição do Global Services Location Index (GSLI), índice que estuda os principais fatores capazes de tornar um país atrativo para serviços offshore. Publicado a cada dois anos, o levantamento posiciona o Brasil como a quarta melhor localidade do mundo para a contratação de serviços, sendo a primeira nas Américas. No GSLI 2021, o país aparecia em quinto lugar.
Índia, China e Malásia continuam liderando o GSLI e o Reino Unido completa a lista dos cinco primeiros. “Em uma era de rápida evolução tecnológica e tendências em constante mudança, o outsourcing de serviços Tecnologia da Informação (TI) e de processos de negócios, bem como de engenharia são cada vez mais procurados por empresas interessadas em reduzir custos, aumentar seu quadro de talentos e ganharem eficiência”, afirma Fabio Yoshitome, sócio da Kearney e responsável pelas operações da consultoria no Brasil.
O mercado de serviços corporativos deve crescer de US$ 624 bilhões em 2022 para US$ 681 bilhões este ano, aumentando ainda mais a demanda por esse tipo de outsourcing.
Para avaliar e comparar as potenciais localidades para outsourcing, o GSLI 2023 analisou 78 países com base em 52 métricas – em 2021, foram 60 países e 47 métricas – em quatro dimensões: atratividade financeira, capacitação e disponibilidade de pessoas, ambiente de negócios e ressonância digital.
Brasil
O Brasil subiu uma posição no ranking, na comparação com a última edição do levantamento. O país ocupa a quarta colocação, sendo o melhor mercado para a contratação de serviços em todas as Américas. Segundo o estudo, a atratividade financeira do Brasil foi a sua principal vantagem competitiva quando comparado às demais economias da região.
Além disso, de maneira geral, o país se saiu bem na dimensão de disponibilidade e capacitação de pessoas. “O Brasil experimentou uma acelerada digitalização durante a pandemia e conseguiu se transformar em um terreno fértil para investimentos em digitalização para o desenvolvimento do ecossistema”, analisa Yoshitome.
Líderes do GSLI 2023
Índia, China e Malásia continuam liderando o ranking graças à sua imensa vantagem de custos, grande disponibilidade de talentos e fortes especializações. Além disso, a China notadamente apresenta forte capacidade de renovação de especializações, colocando-a à frente da concorrência quando o assunto é a força de trabalho preparada para atuar com tecnologia.
Embora a composição do ranking dos Top 10 de 2023 seja similar á da edição passada do GSLI, com países da Ásia e Pacífico à frente, o salto do Reino Unido da oitava para a quinta colocação deve ser destacado — ele marca a primeira aparição de uma economia do Leste europeu entre os cinco primeiros colocados da lista. Em contrapartida, Bangladesh, Sri Lanka e Rússia registraram queda significativa devido às incertezas econômicas e políticas vividas nos últimos meses — passaram de 33º, 23º e 21º para 47º, 44º e 36º, respectivamente.
“Forças geopolíticas, econômicas e tecnológicas levaram a importantes mudanças no mercado de trabalho. Com isso, a capacidade de um país de readequar e recolocar seus profissionais em resposta às novas demandas do mercado e às disrupções tecnológicas é fundamental para melhorar a sua atratividade como localidade para o offshore de serviços”, afirma Arjun Sethi, vice-presidente de Transformação digital da Kearney e coautor do GSLI 2023. “A regeneração de talentos será um dos mais importantes fatores para mudar o jogo à medida em que a Indústria 4.0 continua redesenhando a demanda por talentos e as profissões. E isso foi o que manteve os três primeiros países no topo da lista”, completou.
Rahul Lee, diretor e outro coautor do GSLI 2023, também destacou a importância da capacidade de reciclagem profissional e atualização de capacitações. “Tecnologias como inteligência artificial e machine learning continuam amadurecendo. Essas mudanças aumentaram a importância da capacidade de regeneração de talentos dentro da força de trabalho”, analisou.
Sobre o GSLI 2023 e a metodologia para criação do ranking
Os 78 países do GSLI 2023 foram selecionados com base em dados corporativos, atividades de serviços remotos atuais e inciativas governamentais para promover o setor. Eles foram avaliados conforme 52 métricas em quatro principais categorias: atratividade financeira, disponibilidade e capacitação de pessoas, ambiente de negócios e ressonância digital. Este ano, a Kearney mudou o foco do índice para olhar mais para o future. Além disso, avaliou a disponibilidade de pessoas, a ressonância digital e as capacidades regenerativas nesses mercados. Neste processo, algumas métricas focadas na TI tradicional foram removidas dos pilares de ressonância digital e disponibilidade e capacitação de pessoas, enquanto novos parâmetros focados no digital foram acrescentados. Juntamente com as tendências globais e as disrupções locais, isso levou à identificação das diferenças entre os países e à formação do ranking.
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