Com o tema de “parques tecnológicos modelando cidades”, a escolha do Porto Digital como anfitrião deu-se pelo impacto positivo que o parque tem em seu entorno, revitalizando a área urbana e colaborando para o desenvolvimento local.

A realização do congresso vem como reconhecimento internacional do polo de inovação, que ganhou duas vezes o título de melhor parque tecnológico do Brasil. Com 240 empresas e faturamento anual de R$ 1 bilhão e 7,2 mil colaboradores, o Porto Digital destaca-se não só entre seus 90 pares no país, mas também entre as 388 áreas de inovação em todo o mundo, segundo Anprotec e IASP, respectivamente.

Áreas de atuação: Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Economia Criativa
Fundado em 2002, visando a reter cérebros formados no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn-UFPE) e a fomentar o empreendedorismo inovador no Estado, o Porto Digital por muito tempo dedicou-se a sua vocação inicial em TIC. Hoje, abriga empresas de pequeno, médio e grande porte, desde startups nascidas em sua incubadora CAIS do Porto, até multinacionais como Microsoft, Accenture e IBM.

A evolução do parque tecnológico, entretanto, trouxe dilemas como expansão territorial e abrangência. Segundo Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, a solução para crescer como polo de inovação “foi deixar de ser um parque monotemático e receber empresas da área de Economia Criativa”; enquanto isso expandir para além do bairro do Recife Antigo, alcançando o entorno.

Hoje, o Portomídia – núcleo de Economia Criativa – trabalha especificamente em quatro pilares: educação, empreendedorismo, experimentação e exibição. Cada um desses objetivos é suportado por uma incubadora e infraestrutura de laboratórios com modernos equipamentos de edição audiovisual e multimídia.

Revitalização urbana
O Porto Digital é um dos maiores exemplos mundiais dos chamados parques tecnológicos de terceira geração, os quais integram áreas urbanas com polos tecnológicos, transformando seu entorno. Por esse motivo, desde sua fundação há a preocupação com a revitalização do Bairro do Recife Antigo.

A vizinhança, antes uma área portuária abandonada e degradada, atualmente tem prédios históricos restaurados – onde se instalaram empresas de tecnologia –, além de servir de laboratório a céu aberto para experimentos de melhoria urbana.

O destaque vai para o Porto Leve, projeto de empréstimo de bicicletas, que pretende impactar na mobilidade urbana do bairro e da cidade. Implantado em janeiro de 2013, o programa possibilita que os pedestres do bairro do Recife Antigo usem bicicletas emprestadas por meio de um aplicativo de celular, desenvolvido pela Serttel, empresa embarcada no parque tecnológico. A iniciativa mostrou-se bem-sucedida e rapidamente foi adotada pelo governo municipal, que a adaptou para o restante da cidade, com o nome de Bike PE.

Planos futuros: internacionalização
Para os próximos anos, os planos são a intensificação dos intercâmbios internacionais, focados em três ações: recepção de comitivas de parques tecnológicos de outros países; incentivo a ida de suas startups para troca de experiências no exterior; e realização da 30ª Conferência da IASP.

Todas as três fases do plano de internacionalização estão avançadas. O parque tecnológico recebe uma comitiva a cada dois dias e suas empresas incubadas são presença usual nos grandes concursos mundiais de startups.

Quanto à 30ª Conferência da IASP, sua realização segue durante a segunda semana de outubro, com expectativa de público dos cinco continentes. Ademais, palestrantes internacionais colaborarão para o enfoque cosmopolita do evento, em razão das vivências particulares de cada país, assim como do ar de colaboração mundial em prol da inovação. 

Sobre o Porto Digital
O Porto Digital é um dos pilares da nova economia do Estado de Pernambuco, com 200 empresas que faturaram uma média de R$ 1 bilhão (2010) e empregam mais de 6.500 pessoas. Sua atuação se dá em atividades altamente intensivas em conhecimento e inovação, que são software e serviços de tecnologias da informação e comunicação e economia criativa, em especial os segmentos de games, multimídia, cine-vídeo-animação, música, design e fotografia, além de propaganda e publicidade.

Considerado uma referência na implementação do modelo da ‘triple helix’, o Porto Digital é fruto de uma ação coordenada entre empresas, governo e academia, que resultou, após 10 anos de sua fundação (2000), num dos principais ambientes de inovação do País.

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