Para a consultoria, novos benefícios promovem inclusão, melhor work-life balance e elimina vieses de que a mulher é a maior responsável pelos cuidados com os filhos
A Kearney, uma das maiores consultorias globais de gestão de negócios, acaba de dar mais um importante passo no sentido de promover equidade ainda maior e mais equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional de seus funcionários. A empresa aprovou uma política inclusiva e sem diferenciação de gênero nem de situação de parentalidade, com 180 dias de licença e um programa opcional de retorno gradual.
“Por si só, as licenças maternidade e paternidade previstas em lei deixam subentendido que a mãe deve responder pela maior parte dos cuidados com os filhos”, afirma Carolina Mendes, gerente da Kearney no Brasil. “Ao implementar uma política que trata da mesma forma todos os gêneros e as diferentes circunstâncias da parentalidade, acabamos com o viés de que a mulher se dedicará menos ao trabalho do que o homem após a chegada de um filho. Além disso, damos a todos as mesmas condições de participarem dos primeiros anos de vida dos pequenos”, completa.
Como vai funcionar
Muito mais inclusiva e igualitária, a nova política de parentalidade prevê 180 dias de licença para todos os gêneros e situações. São elegíveis todos os funcionários que tiverem filhos a partir de gravidez própria ou do parceiro e todos aqueles que adotarem uma criança.
Como Empresa Cidadã, a Kearney já oferecia os 180 dias de licença para a mulher que engravidou, contados a partir do nascimento do bebê. Para o parceiro ou parceira de quem engravidou, a companhia concedia os 20 dias de licença previstos na legislação, mas também oferecia 40 dias adicionais como benefício adicional. A partir de agora, parceiros e parceiras também passam a ter direito a 120 dias adicionais de licença. Aqui há um importante diferencial: esses dias podem ser utilizados em até um ano após o nascimento da criança, com um mínimo de 40 dias a cada solicitação. Nos casos de adoção, a regra é válida para os 180 dias.
Todos os benefícios são mantidos ao longo desses seis meses.
Retorno gradual
Além de estender a licença parentalidade, a Kearney agora propõe o retorno gradual aos funcionários. “Trata-se de um processo que pode durar até 2 anos, sendo 12 meses trabalhando 60% do tempo (3 vezes na semana) e outros 12 meses trabalhando 80% do tempo (4 vezes na semana)”, explica Carolina. “Neste caso, a remuneração fixa e variável são ajustadas conforme a duração no programa e tempo trabalhado. A avaliação de desempenho também é ajustada de acordo com o tempo de retorno e o cargo do colaborador”, detalha.
Desenvolvimento conjunto
Para criar a nova política, a Kearney entrevistou mais de 70 colaboradores – com e sem filhos. O resultado foi a confirmação do valor percebido da licença estendida para todos. Houve funcionário que considerou a proposta igualitária mais importante do que os demais benefícios oferecidos pela empresa.
A pesquisa descobriu ainda que 36% dos funcionários com planos de encarar um processo de parentalidade não sabem ou não seguiriam carreira em consultoria depois da chegada de um filho. A carga horária e o work-life balance foram os motivos citados por 70% deles. “Uma política de licença estendida e de retorno gradual seguramente ajudariam a conciliar carreira e vida pessoal, sem prejudicar nem um, nem outro”, analisa Carolina. Tanto é assim que 94% dos entrevistados consideram importante ou muito importante a política de retorno parcial ao trabalho.
Em linha com a cultura da Kearney de envolver funcionários em suas decisões de negócio, o processo de criação da nova política foi liderado por gerentes da Kearney em conjunto com diretores e sócios.