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O Brasil deve enfrentar desafios únicos em termos de segurança cibernética nos próximos anos

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*Por Tony Anscombe

A Futurecom, evento que acontece anualmente em São Paulo, é o maior e mais importante Congresso e exposição das áreas de Telecom e telefonia da América Latina e possibilita à Indústria mobile um olhar diferenciado sobre o Brasil, com todas as especificações deste país que possui uma cultura única.

Neste ano, tive a sorte de ser convidado para um painel com especialistas do setor, que incluía empresas como Tefonica, TIM, Telebras, Deloitte IBM, KPMG e, claro AVG. A discussão prometia ser sobre cibersegurança, com as perguntas abaixo sendo colocadas pela moderadora durante uma hora e meia de discussão.

  • Como o avanço de aplicações móveis e o uso de novos dispositivos (e qualquer coisa "conectada") trazem desafios ainda maiores para segurança cibernética?
  • Quais são os aspectos mais críticos com os quais os usuários devem se preocupar?
  • Como fornecedores, operadoras e provedores podem contribuir para aumentar o nível de proteção nesses ambientes?
  • Quais são as principais tendências em segurança cibernética em relação ao mobile e à ‘Internet das Coisas’, que só tendem a crescer?

Cada participante pôde dar seu ponto de vista sobre esses assuntos, mas o que mais me chamou a atenção durante todo o debate, é que independente da questão em pauta, todas as falas pareciam girar em torno de dois tópicos: vazamento de dados e privacidade do consumidor. Essas mesmas perguntas, se tivessem sido feitas três anos atrás, poderiam ser sobre malware e proteção de dispositivos, mas agora a conversa é sobre nós: os usuários.

E o Brasil tem alguns desafios únicos nesta área, uma vez que não existe no país uma legislação que obrigue as empresas a divulgar qualquer tipo de vazamento de dados. O consenso do painel foi de que é urgente legislar a esse respeito. Embora eu concorde com a necessidade de ‘alguma’ legislação, há uma ótima oportunidade para que a indústria se autorregule e mostre o caminho ideal a ser seguido. A autorregulação, em qualquer indústria, possibilita às empresas um maior envolvimento com inovação e com novas práticas de negócios que pode ser impossível dependendo do rigor da legislação específica.

O fato dos vazamentos de dados e da privacidade do usuário estarem no topo da pauta não me surpreende. Se olharmos para as principais notícias sobre segurança digital na Europa e nos Estados Unidos nos últimos meses veremos que grande parte é sobre falhas de segurança e vazamento de dados pessoais.

Nós, conscientemente ou não, divulgamos e compartilhamos mais informações com as empresas do que qualquer outra geração anterior: nossas preferências alimentares, onde compramos, nossa localização – a lista de dados não tem fim. E só quando esses dados caem em mãos erradas é que paramos para pensar sobre as consequências de compartilhar, e podemos até nos arrepender um pouco. No papel de consumidores, precisamos fazer melhores escolhas e ter mais controle sobre o que está sendo coletado a nosso respeito, além de saber como essa informação poderá ser usada.

Não é surpresa que em uma das maiores populações do planeta, na qual um grande número de pessoas pulou a ‘geração PC’ e conheceu a internet já pelo smartphone, as aplicações mobile sejam usadas de uma forma um pouco diferente do que ocorre no resto do mundo. Eu recomendo à indústria acompanhar e ver como o Brasil irá tratar os desafios de violações de dados e privacidade do consumidor nos próximos anos, seja legislando seja com as empresas se autorregulando. 

* Tony Anscombe é evangelizador de segurança da AVG Technologies 

Sobre a AVG Technologies
A AVG é uma das líderes globais em segurança online, fornecendo soluções de software e serviços para dispositivos, dados e pessoas. Com mais de 200 milhões de usuários ativos em todo o mundo, o portfólio de produtos da AVG para o consumidor final inclui segurança na Internet, otimização de desempenho, e proteção de identidade e privacidade para dispositivos mobile e desktops. Já seu portfólio para negócios – voltado para provedores de serviços gerenciados, VARs e revendedores – oferece soluções para gestão de TI, controle e geração de relatórios, segurança integrada e gestão de dispositivos móveis que simplificam e protegem empresas em diversos países. A AVG possui cerca de seis mil revendas, distribuidores e parceiros em todos os lugares do mundo, incluindo Amazon.com, CNET, Cisco e Ingram Micro.

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