UNICEF traz orientações para pais e responsáveis sobre efeitos da fumaça e os possíveis impactos sobre a saúde de crianças e adolescentes
Brasília, 27 de agosto de 2024 – Agosto está sendo considerado o pior mês para queimadas em pelo menos 16 Estados, de acordo com dados do Inpe. Em alguns deles, como o Amazonas, este é o segundo ano consecutivo de uma estiagem histórica, sendo que em 2024 a seca chegou antes do previsto e a expectativa é de que seja mais severa do que se verificou em 2023. Crianças e adolescentes são mais duramente impactados e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) faz várias recomendações. Em dias de muita fumaça e poluição causada por queimadas e o tempo seco, vários cuidados são recomendados para os cuidados de crianças e adolescentes.
Para Luciana Phebo, coordenadora nacional de Saúde do UNICEF, “este é um período que exige muita atenção por parte dos pais, cuidadores e professores. As escolas devem evitar atividades ao ar livre e sempre devem manter um recipiente com água na sala de aula. Além disso, é preciso deixar disponível ou oferecer com frequência, água para que a criança e evitar sucos açucarados. Dar muita fruta e garantir refeições mais leves.” Luciana explica que este é uma época do ano em que é muito frequente o aumento de diarreias e infecções respiratórias.
Outras recomendações são usar máscara – se possível a N95 – para ir à escola (crianças maiores de 2 anos) e beber bastante água. Também é importante fechar portas e janelas e ter uma vasilha com água ou toalha molhada para umedecer o local. Em caso de ardência ou coceira, nariz e olhos podem ser lavados com soro fisiológico.
“As crianças precisam de espaço para brincar, mas nesses dias assim é melhor evitar a exposição fora de casa, ao ar livre, e esperar a melhoria da qualidade do ar para que a criança tenha a possibilidade de sair e brincar fora. Um outro ponto que a gente orienta é manter sempre um espaço, que podemos chamar de espaço limpo, que pode ser uma sala, pode ser um quarto, que fique com as janelas e portas fechadas, um ambiente sem exposição de fumaça”, alerta Neideana Ribeiro, especialista de Emergência, Saúde e Nutrição do UNICEF.
A especialista do UNICEF também faz um alerta especial para mães, pais e cuidadores de crianças com problemas respiratórios: “A gente tem também que pensar nas crianças que têm dificuldade respiratórias, como asma, então sempre ficar atento se tem medicamento em casa, para não sair quando a gente estiver com a qualidade do ar muito insalubre.”
Em caso de sintomas como tosse, rouquidão, cansaço, fraqueza e dificuldade para respirar, é preciso buscar ajuda junto a profissionais de saúde.
Situação crítica
Apesar de faltar uma semana para o fim do mês, agosto já bateu a quantidade de incêndios registrada nos outros meses do ano em estados como Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Piauí e São Paulo. Dados atualizados mostram que os incêndios já se alastram por 16 estados e, somente no último final de semana, em apenas 48 horas, foram mais de 4,4 mil focos de incêncios florestais. A Amazônia foi o bioma mais atingido, com 60,7% da área contaminada pelo fogo.