Realizada pela Kearney, a pesquisa aponta uma forte crença de representantes de áreas de RH no impacto positivo da DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) nos ganhos para suas organizações e como o uso da IA pode acelerá-los
São Paulo, 24 de outubro de 2024 – A Kearney, uma das maiores consultorias globais de gestão de negócios, acaba de divulgar os resultados de um estudo que aponta o impacto que a DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) pode ter nos resultados de organizações. A pesquisa também indica o potencial que o uso da inteligência artificial (IA) tem para potencializar estes benefícios.
Para chegar a estas conclusões, o estudo ouviu em abril deste ano 100 líderes de recursos humanos de diversas indústrias e localidades (veja quadro abaixo). Entre as constatações mais importantes, está a de que 85% deles acreditam que aprimorar políticas que reforcem a DEI aumenta significativamente a produtividade, a inovação e o crescimento comercial. “Isso porque integrar a DEI aos principais processos de negócios é essencial para espelhar a diversidade e alcançar a autenticidade para fortalecer o acesso ao mercado”, explica Flávia Ribeiro, diretora da Kearney no Brasil, lembrando que estratégias DEI eficazes vão além das métricas, exigindo mudanças sistêmicas que incorporem a inclusão dentro do tecido organizacional, com a liderança desempenhando um papel crucial na promoção de um melhor ambiente de trabalho e no aumento da inovação.
A IA é vista pelos entrevistados como um recurso fundamental para fortalecer, ampliar e reforçar iniciativas de DEI nas organizações. Entre os benefícios destacados, mais de 70% das equipes de RH apontam a personalização proporcionada pela IA como uma ferramenta que melhora a compreensão de identidades e experiências diversas. Além disso, 90% relataram uma mudança de foco, de funções administrativas para atividades centradas em pessoas, graças à automação de tarefas manuais pela IA. Por fim, 60% acreditam que a IA pode reduzir preconceitos, padronizando avaliações e identificando padrões com base em critérios objetivos.
Mesmo com a perspectiva dos benefícios, muitas empresas ainda estão lutando para implementar efetivamente estratégias DEI. Os obstáculos mais comuns incluem preconceito inconsciente, falta de conscientização dos funcionários, falta de recursos dedicados, limitados e adequados, e má gestão da interseccionalidade. A resposta a alguns destes desafios estaria no uso da IA como ferramenta que pode remodelar as práticas de RH com várias aplicações em processos e atividades-chave da área.
Tanto que o estudo mostra que 60% dos entrevistados já implementaram aplicações básicas de IA em RH, com setores como o varejo e empresas com receitas acima de US$ 10 bilhões mais atrasados em suas iniciativas. Por outro lado, embora 79% dos líderes acreditem que a IA pode agilizar processos, 45% confiam que ela reduzirá viés nas contratações e cerca de 30% acreditam que a IA pode reduzir viés. “Isso aponta para uma necessidade de maior educação e entendimento sobre como utilizar a IA de maneira ética e eficaz nas práticas de contratação”, diz Flavia. “É fundamental alinhar políticas e processos que garantam que o impacto de DEI e suas considerações sejam uma parte integrante da ativação de soluções de IA e GenAI — e não algo opcional”, completa.
O papel da IA
O estudo também apontou um forte potencial de uso da IA em três atividades-chave para as áreas de RH: recrutamento e seleção; aprendizado e desenvolvimento; e experiência do colaborador. No primeiro, seu uso pode ser crucial para processos como a seleção de candidatos e a triagem de currículo, podendo lidar eficientemente com grandes volumes de dados de candidatos; identificar os mais adequados mais rapidamente de forma imparcial; e automatizar o processo de triagem inicial, reduzindo o tempo e potencialmente diminuindo vieses inconscientes ao focar em métricas baseadas em mérito.
Em processos de aprendizagem e desenvolvimento, ela pode ser utilizada para implantação de aprendizagem personalizada, adaptando programas de aprendizagem às necessidades individuais dos funcionários com base no feedback de desempenho, interesse individual e requisitos de trabalho. “Em relação ao feedback de desempenho, a IA mostra alto potencial para sua simplificação e personalização, fornecendo aos gerentes dados em tempo real. Isso pode ajudar a fornecer feedback construtivo em tempo real com base em insights orientados por dados”, afirma o executivo.
Por fim, na área de experiência do colaborador, o uso da IA pode ser utilizada na retenção de talentos, uma vez que suas análises podem ser utilizadas para prever a rotatividade de funcionários e identificar estratégias de retenção personalizadas. O estudo da Kearney aponta que os primeiros resultados das iniciativas relatadas são promissores: mais de 90% dos líderes notaram uma transformação em suas funções de RH, passando de um foco administrativo para um enfoque mais humano após a implementação de IA.
“Nosso estudo indica que a Europa está à frente na maturidade da aplicação de IA em RH, usando-a para desenvolver treinamento personalizado, melhorar a diversidade na contratação e otimizar o planejamento da força de trabalho. A América Latina se destaca na crença no potencial da IA para otimizar processos de RH e iniciativas de DEI, embora as aplicações sejam ainda básicas”, resume Flavia, ressaltando que, agora, é essencial que as empresas invistam em formação e desenvolvimento para entender como aplicar a IA de maneira eficaz e ética. Isso garantirá que as práticas de RH estejam alinhadas com as estratégias de DEI, permitindo um ambiente de trabalho mais inclusivo e produtivo.
Para saber mais sobre como a IA pode ajudar a enfrentar os desafios de DEI em RH, leia o artigo completo:
Quem a pesquisa ouviu: