Nos últimos dois anos vimos mudanças bastante significativas em todos os setores da economia por conta da pandemia de Covid-19. O mercado de trabalho foi um dos mais afetados em todos os sentidos e vem sofrendo impactos importantes. O trabalho remoto chegou para ficar e encurtou as distâncias, o mundo ficou ainda mais globalizado, com fronteiras diluídas.
Hoje em dia é possível contratar mão de obra qualificada em outros países, muitas vezes aproveitando a diferença cambial (exemplo relação real x dólar). Há setores que apresentam déficits de profissionais, como o de tecnologia, que apresenta falta de desenvolvedores para preencher as posições disponíveis, mas possibilita trabalhar no Brasil (ou em qualquer parte do mundo) para empresas multinacionais e ganhar em dólar, o que é cada vez mais viável no mundo atual.
Existem também outros exemplos de profissionais de diferentes áreas que requerem apenas o uso do computador, uma boa conexão de Internet, e chances de trabalhar em qualquer lugar do mundo, sem sair de casa, são os nômades digitais. Entretanto, sabemos que a disputa pelos melhores talentos está sujeita as demandas em cada uma das indústrias e as condições macroeconômicas que tornam vantajosos para que as empresas e colaboradores consigam estabelecer um contrato de trabalho que seja bom para ambas as partes.
Mas afinal, qual o futuro do trabalho? Teremos empresas com times locais e times remotos? Como unir as equipes remotas e locais em alinhamento com a estratégia da empresa? Ressalto aqui a importância de as empresas seguirem os seus propósitos, pois hoje em dia o salário não é a única força no processo de retenção de talentos e a tendência é que o alinhamento do propósito do profissional com a empresa se fortaleça ainda mais. Com o passar do tempo, será dever do empregador encontrar um propósito para que o profissional faça parte da sua empresa e transmita isso a todos os colaboradores.
Por fim, tanto os colaboradores como a empresa precisam entender essa nova dinâmica do mercado de trabalho globalizado. Se por um lado é uma oportunidade única do crescimento do colaborador poder trabalhar em empresas de outras regiões e países, para a organização é a chance de formar equipes que realmente proporcionam vantagem competitiva seja por sua expertise no assunto, seja pelo custo.
Agora já sabemos que as adaptações para este momento dependem de ambas as partes – empresas e profissionais. Aos profissionais cabe entender como trabalhar com as ferramentas de trabalho remoto e dominar bem o idioma inglês. Para as empresas cabe organizar suas tarefas deixando bem dividido o que precisa ser feito localmente e o que pode ser feito remotamente em qualquer parte do mundo e em paralelo trabalhar a atração dos profissionais globais combinando o propósito da empresa e a remuneração.
Desse conceito de mercado de trabalho global surge outra tendencia que diz respeito as relações de emprego. Estamos vendo novas configurações surgindo onde o emprego formal da espaço para profissionais que trabalham em projetos e não de forma dedicada a uma organização, mas a discussão da mudança do vínculo empregatício é assunto para um próximo artigo