São Paulo, abril de 2013 – A startup Bidcorp dos empreendedores Arthur Rozenblit, Izabel Wanderley e Ricardo Salazar desenvolveu uma ideia sustentável para reaproveitar móveis, objetos de decoração e máquinas que não têm mais utilidade. Por meio de uma plataforma de e-commerce, o Estoks, firmas de todos os locais do Brasil podem anunciar seus objetos já usados para pessoas que procuram um preço mais acessível e não se importam em ser o segundo dono.
Cada um dos produtos colocado à venda pelo site é vistoriado por uma equipe própria, que avaliará as condições e proporá os preços para o contratante. Assim que o vendedor aprovar as condições, o produto é colocado no site. O comprador, por sua vez, pode agendar uma visita para analisar o item antes de fechar negócio.
A empresa começou na CAIS do Porto, incubadora do Porto Digital, e ganhou visibilidade no meio empreendedor. Segundo Salazar, estar na incubadora foi importante para inserir a startup no mundo do empreendedorismo inovador. “Até então não fazíamos ideia que existia todo esse ecossistema de investidores, eventos e concursos que podem ajudar a alavancar o negócio de forma mais rápida”. O empreendedor acrescenta que “estar associado ao Porto Digital impulsionou a venda dos serviços no mercado pernambucano, pois notamos que os executivos recebiam de forma mais aberta às novidades oriundas do parque tecnológico”.
Já Vítor Andrade, coordenador de incubação do Porto Digital, destaca a pró-atividade da equipe da Bidcorp. “Até chegar no formato final do Estoks, a startup aproveitou dos benefícios que a CAIS do Porto oferece aos empreendimentos, principalmente o networking”.
Os primeiros clientes da startup foram grandes construtoras, como a Odebrecht, que compram quantidades muito grandes de materiais e equipamentos quando iniciam uma obra. Ao fim do processo, no entanto, além de ocorrerem sobras, a empresa também não disponibiliza equipe para dar fim a esses dejetos. A ampliação do modelo de negócios, de acordo com Ricardo Salazar, veio quando se percebeu que outros setores também tinham esse problema.
Salazar conta que o hotel Gran Marquise, de Fortaleza, é um ótimo caso de empresa que se beneficiou com os serviços da Bidcorp. “O hotel cinco estrelas está se renovando por causa dos eventos ligados a Copa do Mundo. Por essa razão, os itens antigos que seriam descartados foram vendidos em um saldão com descontos de até 90%”.
O empreendedor também destaca o outro lado, de grandes, médias e pequenas empresas, além de pessoas físicas, querendo comprar produtos excedentes a preços mais baixos. “Para os itens para casa e escritório atendemos o público jovem e mais descolado que não faz questão de comprar algo usado, contanto que esteja num bom preço e em bom estado”, explica Salazar, dando o exemplo de uma cliente que comprou 20 itens para sua casa, de cadeiras a banheira, desembolsando R$ 1.700. No mercado normal, ela teria desembolsado mais de R$ 20 mil.
Sobre o Porto Digital
O Porto Digital é um dos pilares da nova economia do Estado de Pernambuco, com 200 empresas que faturaram uma média de R$ 1 bilhão (2010) e empregam mais de 6.500 pessoas. Sua atuação se dá em atividades altamente intensivas em conhecimento e inovação, que são software e serviços de tecnologias da informação e comunicação e economia criativa, em especial os segmentos de games, multimídia, cine-vídeo-animação, música, design e fotografia, além de propaganda e publicidade.
Considerado uma referência na implementação do modelo da ‘triple helix’, o Porto Digital é fruto de uma ação coordenada entre empresas, governo e academia, que resultou, após 10 anos de sua fundação (2000), num dos principais ambientes de inovação do País.