Presença de mulheres ainda é minoria, mas futuro é promissor com boas iniciativas de empresas diversas
O mercado de tecnologia da informação (TI) é um dos setores que mais cresce e se transforma no cenário contemporâneo. De acordo com um estudo da IDC divulgado pela Abes, a previsão para a área em 2024 é de um crescimento global de aproximadamente 7,4%. No Brasil, espera-se que o índice atinja 6%. Esse desempenho coloca o país em evidência no cenário global e ressalta a importância da tecnologia para o progresso nacional.
No entanto, a presença de mulheres neste mercado ainda é significativamente inferior à dos homens, refletindo questões sociais históricas e culturais que têm limitado a participação. Dados de diversas organizações, como a UNESCO e o World Economic Forum, mostram que mulheres ocupam cerca de 25% dos empregos em tecnologia globalmente, sendo uma fração menor da força de trabalho em tecnologia comparada aos homens.
Apesar dos avanços nas últimas décadas, a sub-representação feminina persiste, evidenciando a necessidade de iniciativas que promovam a equidade de gênero e incentivem a inclusão das mulheres no segmento de TI, algo que algumas companhias já têm feito e que deve incentivar outros negócios.
Boas iniciativas
Muitas vezes, as mulheres são impulsionadas por ações promovidas dentro de empresas que possuem um olhar abrangente para o tema, promovendo a ascensão feminina que assume espaços cada vez maiores em tecnologia da informação.
Esse é o caso da Thoughtworks, uma consultoria global de tecnologia, que tem a diversidade em seu DNA desde que foi fundada, em 1993, em Chicago. A companhia demonstra um compromisso sólido em reduzir a lacuna de gênero no setor, especialmente com a implementação de iniciativas voltadas para a inclusão de grupos sub-representados. Ao final de 2023, a diversidade de gênero em funções tecnológicas dentro da empresa alcançou 39,8%, um número muito próximo à meta de 40%, demonstrando seu foco em promover um ambiente mais inclusivo
Desde 2017, a consultoria tem investido em programas como “Todas as mulheres na tecnologia”, voltados para aumentar a presença feminina e apoiar as interseccionalidades dentro do setor. A empresa acredita que a diversidade, especialmente em cargos de liderança, gera um impacto positivo tanto na cultura organizacional quanto nos resultados de negócios, e para isso, oferece oportunidades de desenvolvimento e sistemas de apoio inclusivos.
Mulheres e a liderança na tecnologia
Em relação à liderança feminina, um estudo da Women in Technology mostra que na América Latina as mulheres ocupam menos de 30% das posições de liderança em tecnologia. Além disso, apenas 26% das empresas latino-americanas implementam programas voltados para a atração e retenção de mulheres nesse setor.
Mas, mulheres disruptivas têm aprendido a fazer o seu caminho rumo aos cargos em nível C-LEVEL em empresas da área. É o caso de Andrea Rivetti, que finalizou sua graduação em Direito no final dos anos 2000, mas tinha a convicção de que não seguiria a carreira advocatícia. Desde aquele período, a profissional mostrava-se interessada por tecnologia e vislumbrava a criação de uma empresa nesse setor. Para tanto, dedicou-se a cursos de montagem e manutenção de microcomputadores, ao mesmo tempo em que aprofundava suas pesquisas sobre o mercado de seu interesse. Foi assim que surgiu a Arklok, uma empresa especializada na locação de equipamentos tecnológicos, incluindo computadores, scanners e, mais recentemente, smartphones.
“O desafio no início era de convencer os empresários sobre a possibilidade de alugar equipamentos; o brasileiro é muito patrimonialista, o processo de convencimento era muito mais difícil”, comenta Andrea. Os esforços da executiva trouxeram bons resultados. Este ano a Arklok anunciou sua entrada no mercado Telecom e segue consolidando sua posição como uma parceira estratégica no fornecimento de infraestrutura tecnológica tanto para o setor corporativo quanto para o de telecomunicações, reafirmando sua liderança no mercado de outsourcing de TI.
Outro exemplo de líder feminina na área de tecnologia da informação é a Débora Oliveira, Coordenadora de Segurança da Informação na Propay, uma das principais empresas de produtos, serviços e tecnologias do Brasil com foco em RH. Há 16 anos trabalhando na companhia, a profissional possui formação nas áreas de segurança da informação e perícia forense computacional. Na Propay realiza a gestão de colaboradores e atividades dos times de segurança da informação e central de acessos, além de interação com clientes e auditorias internas e externas.
“Hoje, o grande desafio do meu trabalho é gerir as pessoas, garantir a segurança e acompanhar as tendências, estando atualizada, pois a área de tecnologia sempre tem muitas novidades. Porém, o importante é nunca desistir e meu conselho para o público feminino, é que estude muito, faça networking e busque referências positivas. É essencial se inspirar em outras mulheres e ser uma inspiração para outras também, independentemente do cargo”, diz a profissional da Propay.
Tecnologia no mercado financeiro
Um outro mercado com predominância masculina é o de finanças. Uma pesquisa conduzida por Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGVcef), mostrou que a participação feminina em cargos de liderança, como o de CEOs, representa apenas 16% entre os 50 maiores bancos comerciais do mundo.
Nesse contexto, o desafio para mulheres que trabalham com tecnologia em instituições financeiras pode ser ainda maior. Porém, exemplos inspiradores podem impulsionar a mudança desse cenário. Como é o caso de Valéria Rodrigues, analista de negócios na C&M Software, multinacional brasileira que oferece tecnologias para o mercado financeiro e setor de meios de pagamento. Técnica em TI e Bacharel em Sistemas da Informação, a profissional trabalha diretamente em ambientes predominantemente masculinos.
“Acredito que entre os maiores desafios hoje, destacamos a falta significativa de representatividade feminina, especialmente em cargos de liderança e posições de destaque. Desde a minha formação, costumo usar a seguinte frase para exemplificar o que vivencio nesse setor. Para sermos vistas e valorizadas, muitas vezes precisamos ser três vezes mais eficientes que os homens ao nosso redor. Além disso, existe um cenário em que mulheres enfrentam rotinas duplas ou triplas, o que potencializa ainda mais a exaustão feminina”, comenta a profissional.
Sobre a C&M Software
Fundada em 1999, a C&M Software é uma multinacional brasileira que oferece tecnologias para o mercado financeiro e setor de meios de pagamento. A companhia fornece soluções de mensageria, liquidação centralizada, análise de crédito do mercado, antifraude do Pix, automação de processos a fim de reduzir custos, tempo e falhas, facilitação de acesso aos ecossistemas do Banco Central, e outras inovações. Entre os principais marcos da empresa está a liderança em SPB e na participação da implementação do Pix no Brasil, além da contribuição com o projeto de concretização do FedNow nos Estados Unidos, o “pix norte-americano”.
Sobre a Propay
Há 25 anos no mercado, a Propay é uma das principais empresas de produtos, serviços e tecnologias do Brasil com foco em RH. Atendendo companhias dos mais diversos portes e segmentos, conta com mais de 200 clientes. Com um portfólio de soluções especializadas, foca nas principais dores do RH, permitindo que as empresas estejam à frente do que realmente importa: gerir negócios, processos e pessoas com qualidade. Com serviços compostos por soluções para folha de pagamento, integrações tecnológicas e corretora de seguros e benefícios, a Propay garante a gestão integrada de ações essenciais do departamento pessoal à organização. Atualmente a Propay conta com aproximadamente 300 colaboradores, possui abrangência nacional e serviços customizáveis, e aposta em sua expertise para ajudar os clientes nas tomadas de decisões.