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Como ficará a serendipidade e o “Novo Normal” para os empreendedores?

Em uma reflexão sobre o ecossistema de inovação, no pós-pandemia, como faremos para que esses ambientes com o objetivo de juntar negócios e criar network não tenham fim?

*Por Sergio Risola

cietec - Sergio Risola

Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec. Crédito: divulgação

 

São Paulo, junho de 2020 – Você deve estar pensando, “Com tantos problemas que já temos nesses nossos tempos pandêmicos, e praticamente tudo ainda absolutamente fora do eixo, e você vem com essa palavra pra lá de estranha e nada usual?!”. Esses tempos “covideiros” me obrigaram a dar algumas voltas por um passado, não tão distante, em razão desse conceito da “Serendipidade” e suas implicações nesse momento.

 

Revisitando o passado, volto para setembro de 2015, quando estávamos na inauguração do Cubo, centro de empreendedorismo tecnológico idealizado pelo Itaú Unibanco, em parceria com a Redpoint eventures. Me lembro do amigo Flavio Pripas, que desenhou e liderou o Cubo, usar do conceito Serendipidade, que até aquele dia eu jamais havia escutado. Ele usou a expressão para explicar como a arquitetura e o modelo de gestão que estavam sendo planejados para aquele hub de inovação e empreendedorismo poderia atrair mentes abertas e gerar um ambiente mais convergente para a inovação, como se confirmou tempos depois. Assim, ele me fez sair do evento querendo estudar melhor o termo.

 

Como funciona a Serendipidade

 

Ao retornar para minha mesa de trabalho, comecei a perceber como o conceito da Serendipidade estava em tudo que construímos e temos nesse nosso ambiente de startups e seus negócios inovadores chamado Cietec. A convergência de diversos atores da inovação em um mesmo lugar permite que todos que entrem no Cietec estabeleçam conexões inimagináveis e tenham suas mentes abertas para múltiplas possibilidades.

 

Depois me deparei com a expressão Serendipidade no livro Guerreiros não nascem prontos, de José Luiz Tejon. Ele traduziu serendipidade como o “ato ou capacidade de descobrir coisas boas, aparentemente, por mero acaso, sem previsão.” Esse acaso é entendido como algo que acontece na ausência de qualquer projeto óbvio, pelo New Oxford Dictionary of English. Ou seja, criando-se conexões e pontes onde outros enxergam buracos.

 

No Cietec as possiblidades de se criar pontes são enormes, existem empresas de todas as áreas e nichos mercadológicos; universidades, mas especialmente a Universidade de São Paulo (USP); Institutos de Pesquisas, com destaque para nosso patrono e parceiro Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). E continua com investidores, de todos os tamanhos, buscando negócios para seus investimentos; profissionais com seus ricos currículos buscando conexões com as empresas que aqui habitam; entidades públicas e privadas; organizações sociais e associações classistas empresarias. Quer mais possibilidades para a serendipidade? Bancos de investimentos públicos e agências de fomento públicas pesquisando nossos ambientes com o objetivo de construir políticas públicas de desenvolvimento em tantas áreas, mas sempre com algum viés para as startups.

 

Mas, de todas as facetas da serendipidade, aquela que mais se manifesta no dia a dia de ambientes como o Cubo, o Inovabra, o Distrito, o Impact HUB, o Google Campus, a Oxigênio, a Wayra e o recém-chegado STATE, é a riqueza imensurável dos relacionamentos entre empreendedores.

 

A riqueza no relacionamento entre empreendedores

 

O contato pessoal do dia a dia, dos cafezinhos, dos corredores, das reuniões com assuntos aparentemente diferentes, mas que em poucas semanas ou alguns meses criam intersecções impensáveis, e assim, esses empreendedores se misturam e quase num passe de mágica entrelaçam seus negócios, gerando desdobramentos que se afunilam para inovações e oportunidades para todos.

 

Dos meus mergulhos culturais, divido com você, leitor, mais uma definição para fixar melhor esse conceito serendipidade. Trata-se do olhar tangenciado no livro Efeito Médici, de Frans Jhonsson. Nesta obra, utiliza-se a serendipidade de forma sistemática, quando cruza campos, disciplinas e culturas diferentes, tornando possível combinar conceitos já existentes num grande número de novas ideias extraordinárias.

 

A boa notícia é que é possível promover a fertilização cruzada de ideias, proposta no livro, exatamente como fez a família Médici, na Itália, de banqueiros do século XV que quebrou barreiras tradicionais que separavam disciplinas e culturas e impulsionou o Renascimento, seguido pelo Iluminismo. Nada menos do que o movimento cultural e artístico que teve mais impacto em toda a história e ainda influencia todo o desenvolvimento cultural e científico da humanidade.

 

Mas, chega de história e passado. Se você prestar atenção em seu ambiente, vai perceber a serendipidade acontecendo nos mais diversos níveis. A chave é prestar atenção, abrir a mente às possibilidades e inúmeras oportunidades.

 

E, para você, que chegou até aqui e vivencia esses momentos da Covid-19, trago para sua reflexão aquilo que também não temos respostas: Quais as cenas dos próximos capítulos dessa pandemia? As vacinas colocarão a saúde no seu devido lugar? O universo econômico encontrará alguma vacina?

 

“Mas, o principal questionamento que deixo aqui, já bastante preocupado: Como faremos para que esses ambientes que nascem e se fortalecem com o objetivo de juntar negócios, agregar pessoas e criar network não tenham fim? Como ficará a serendipidade?”

 

Nesse novo mundo, bem sabemos que encontraremos muitos e enormes desafios, mas considerando o ambiente construído, acreditamos também nas novas oportunidades que surgirão.

 

Diante de tudo isto, vale reviver este trecho do Gonzaguinha:

 

“Nunca pare de sonhar

 

Hoje é a semente do amanhã

 

Para não ter medo que este tempo vai passar

 

Não se desespere, nem pare de sonhar

 

Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs

 

Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar

 

Fé na vida, fé no homem, fé no que virá

 

Nós podemos tudo, nós podemos mais

 

Vamos lá fazer o que será.”

 

*Sergio Risola é diretor-executivo do Cietec.


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