O programa “Cambia tu Vida” (Mude sua Vida), cuja tecnologia social foi desenvolvida pelo Conselho Nacional do SESI foi adotado como política pública em ElSalvador
Brasília, 30 de maio de 2014 – No próximo dia 02 de junho, cerca de 15 empresas e instituições estarão reunidas com o governo de El Salvador para assinar um protocolo de intenções com a meta de expandir para seis regiões do País a política pública nacional de apoio a jovens vítimas de violência sexual. A iniciativa é encabeçada pelo Instituto Salvadoreño para el Desarrollo Integral de la Niñez y Adolescencia (ISNA), em parceria com o Conselho Nacional do SESI e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) .
O acordo prevê também a inserção dos jovens formados pelo programa no mercado de trabalho. Grupos que têm filiais no Brasil, como Palmolive e Colgate, estão entre as empresas que se comprometeram a apoiar o processo de empregabilidade. A fabricante de bebidas La Constancia e o grupo hoteleiro Centroamérica também integram a relação de apoiadores.
A tecnologia social do ViraVida foi desenvolvida pelo SESI no Brasil, país onde já foi aplicada em mais de quatro mil alunos em 25 cidades. A transferência e replicação em El Salvador começou em setembro de 2012. Depois de um diagnóstico do cenário local, da rede de enfrentamento existente e de possíveis parceiros, a equipe técnica do SESI capacitou uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e profissionais administrativos.
Em dezembro de 2013, aconteceu a seleção de jovens para formar a primeira turma piloto. Uma metodologia de acolhimento foi iniciada no mesmo mês com um grupo de 25 jovens. Em janeiro deste ano, foram iniciadas as atividades de educação básica e capacitação profissionalizante em Cosmetologia, Gastronomia e Serviço ao Cliente, que se estenderão até janeiro de 2015. O objetivo final é que o jovem recupere sua autoestima e consiga uma inclusão no mercado de trabalho.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional do SESI, Jair Meneguelli, essa primeira transferência da tecnologia social do ViraVida mostrou que é possível expandir o projeto para qualquer país. “Em El Salvador, onde não existe uma instituição como o SESI, o grande diferencial foram as parcerias público-privadas. Por isso, o primeiro grande desafio foi atrair instituições parcerias que ajudassem a capacitar e incluir os jovens no mercado de trabalho. Foi preciso mostrar que este projeto já transformou a vida de muitas jovens e adolescentes, e que a luta contra a exploração sexual é de todos”, reforça.
De acordo com a especialista em Projetos Sociais do SESI, Catarina Sabino, a tecnologia social do ViraVida gera uma corrente do Bem. “Nós nunca nos propomos a trabalhar sozinhos. Somente uma rede de enfrentamento, formada com diferentes perfis de instituições pode criar um sistema de garantia de direitos que farão diferença na vida desses meninos e meninas”, reforça.
Programa ViraVida
Ao longo de seis anos, mais de 4 mil jovens e adolescentes, com idade entre 14 e 24 anos, foram matriculados no programa ViraVida. São atendidos meninas e meninos de famílias de baixa renda, que residem nas periferias de grandes centros e têm sua história de vida marcada por experiências relacionadas à violência física e psicológica, gravidez precoce e dependência química.
Para atingir esse público, o programa é executado com a participação em rede do Sistema S, que são entidades patronais de diversos setores, governos, associações, ONGs e instituições idôneas conhecidas pelo atendimento a jovens com esse perfil.
Ao envolver universidades e instituições com expertise no campo de enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes, o Conselho Nacional do SESI desenvolveu uma proposta que vai ao encontro das políticas de proteção e promoção dos direitos da criança e do adolescente, das políticas para a juventude e do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil.
Os cursos realizados combinam formação profissional e educação básica, com abordagem de temas como cidadania, saúde, doenças sexualmente transmissíveis, cuidados com o corpo, orçamento familiar e direitos, dentre outros. Além disso, garante atendimento integral aos alunos, incluindo tratamento médico e odontológico, orientação jurídica e atendimento psicossocial – extensivo às famílias.
Um dos aspectos mais destacados do ViraVida – o desafio de assegurar a inserção dos alunos concludentes no mercado de trabalho – leva o Conselho Nacional do SESI a realizar grandes esforços de sensibilização e envolvimento do empresariado brasileiro.
Para isso, tem contado com a qualidade do ensino profissionalizante do Sistema S e do acompanhamento de egressos dos cursos durante o primeiro ano de inserção no mercado de trabalho.
Retorno Social Econômico e Financeiro
Estudo de Avaliação de Impacto Financeiro, Econômico e Social, realizado em 2012, demonstra que cada R$ 1 investido no resgate da cidadania e na inclusão social dos jovens atendidos pelo programa gera retorno de R$ 1,47 ao ano para a economia do país – uma “rentabilidade social” que, sob o ponto de vista econômico, supera muitas aplicações financeiras, pois proporciona ganhos de 47% ao ano ou de 3,26% ao mês.
Sobre Conselho Nacional do Sesi
O Conselho Nacional é a instância máxima do SESI. É responsável por avaliar todos os programas e metas da entidade, aprovar e fiscalizar os orçamentos do departamento nacional e dos departamentos regionais, além de prestar contas aos órgãos de controle da União – a Controladoria Geral (CGU) e o Tribunal de Contas (TCU). Também supervisiona a ação de alguns projetos sociais de abrangência nacional e parcerias com instituições do Sistema S.
O Conselho é composto por representantes dos empresários, do governo e dos trabalhadores. O presidente é nomeado pelo presidente da República.
