Ao EVP, somam-se também as experiências da jornada do colaborador, desde o momento em que ele é recrutado, até o seu desligamento. A entrega de valor para ele deve ser alinhada, coesa, consistente e crível! Mas… como fazer com esse trabalho funcione durante a pandemia e, especialmente, com o distanciamento social? Separei algumas dicas para te ajudar nesse desafio.
Employee Value Proposition (Proposta de Valor do Colaborador) é o nome que se dá à soma de todos os benefícios que uma empresa dispõe a oferecer aos profissionais de seu time. Itens como flexibilização da carga horária, plano de carreira, remuneração competitiva e ambiente de trabalho agradável, entre outros, compõem esse grupo de vantagens que serve não apenas para atrair os melhores talentos, como para fazer com que permaneçam na organização que escolheram.
Uma questão de identificação
Quanto maior o valor percebido pelos candidatos a uma posição de trabalho, maior a força de de atração e retenção. Assim, a estratégia de EVP não deve se basear apenas em apresentar uma bela embalagem, mas em também fornecer meios para que, uma vez contratado, o profissional embarque em uma jornada de integração entre os valores da empresa e seus próprios objetivos de carreira.
É uma verdadeira trilha. Traçando um paralelo entre a vida profissional e os relacionamentos amorosos, após a fase da paixão, provocada pelos atributos mais evidentes, chega o momento em que, por meio de uma série de situações do cotidiano, os laços se reforcem e a identificação se aprofunde.
No caso da vida profissional do recém-contratado, isso se dá através do processo de onboarding, da elaboração do plano de carreira, das ações de endomarketing e comunicação interna, entre outras iniciativas que servem para reforçar na pessoa a sensação de que fez a escolha certa.
Três componentes essenciais
Uma experiência consistente, personalizada e marcante aos olhos do colaborador, acompanhada de perto pelo RH, pode ser proporcionada tomando-se por base três frentes de atuação:
- Fatores Contratuais: cabem aqui os já citados benefícios tangíveis como salário atrativo, alinhado com a posição que se ocupa, bem como benefícios extras que consigam gerar maior apelo;
- Fatores Experienciais: um bom EVP “abraça” o colaborador, de modo que pela gestão de sua carreira e por projetos de apoio à saúde física e emocional e às finanças, o colaborador se torna um embaixador da marca, além das paredes da empresa;
- Fatores Emocionais: reconhecimento e valorização (promoção, prêmios, homenagens) são pontos de intersecção entre a cultura organizacional e aquilo que é importante para cada pessoa. São pontos-chave para o engajamento.
Tendência digital na pandemia
A DEE – Digital Employee Experiencie (ou Experiência Digital do Colaborador) tem foco nas interações dos colaboradores com as ferramentas digitais que compõem o chamado Digital Workplace.
O conceito não chega a ser novo, mas com certeza ganhou fôlego com o isolamento social. Não se trata de uma nova forma de EVP, mas algo que passa a fazer parte dele, trazendo o digital também para a totalidade das interações do ciclo de vida do empregado.
Com a impossibilidade da proximidade física, as comunicações pré-contratação, todo o recrutamento, as orientações iniciais, os treinamentos e a administração das tarefas diárias têm sido realizadas online.
Segundo uma pesquisa da plataforma Salesforce, realizada em 2018, 71% dos colaboradores gostariam que as empresas em que trabalham proporcionassem o mesmo nível tecnológico presente em suas vidas pessoais. Para 78% dos líderes de TI ouvidos pela pesquisa, projetos relacionados à DEE já tinham prioridade naquela época.
Tudo ainda é muito recente para que seja possível mensurar com exatidão a recepção e o retorno dessa nova face da jornada do colaborador, mas de certa forma, a digitalização já era esperada não só pelas empresas, mas também pelos contratados.
Com a pandemia, essa transição para o digital se apresentou de forma brusca. Apesar do susto, a depender do uso que se fizer delas, as novas ferramentas têm tudo para se configurarem como grandes aliados na construção de um “relacionamento sério” entre os profissionais do mercado e as marcas empregadoras que porventura os atraírem.