A bandeira da educação inclusiva foi erguida em 2008 quando a Lei das Diretrizes e Bases da educação brasileira determinou que estudantes com deficiência fossem matriculados na rede regular de ensino. No entanto, na prática não é isso que vem acontecendo. Com a decisão de unir estudantes com e sem deficiência no ensino regular em prol da convivência e extinção das diferenças, ainda nos deparamos com casos que, definitivamente, não deveriam acontecer.
Em algumas escolas estaduais de São Paulo pais de alunos cadeirantes ou que apresentam algum tipo de deficiência motora grave estão sendo convocados a permanecer com seus filhos durante o período escolar devido a falta de estrutura da escola para abrigar estes estudantes. A situação para os pais fica delicada afinal, ao mesmo tempo que auxilia seu filho na escola, sua presença na sala de aula pode atrapalhar e comprometer o trabalho do professor e o desempenho dos demais alunos.
A reportagem Pai vira ‘babá’ de aluno deficiente, de Fábio Mazzitelli e Mariana Lenharo, publicada no Jornal da Tarde no último dia 22 de março, mostra a indignação de pais de crianças com deficiência que estudam em escolas estaduais paulistas, que são orientados a permanecer com seus filhos durante todo o período de aula para auxiliá-los no que for preciso.
Ao ver casos como este nos resta lutar e acreditar que um dia realmente conseguiremos que os direitos sejam respeitados para todos, não importando as diferenças apresentadas por cada um.
A questão da inclusão de alunos com deficiência física é complicada e polêmica. Se por um lado, as escolas estaduais têm o dever de acolher esses alunos a fim de assegurar-lhes o acesso à educação, por outro, é necessário que haja condições mínimas de bem-estar. Pais e familiares sofrem as conseqüências de um sistema educacional falho e que, na maioria das vezes, mal oferece condições de aprendizado para os alunos em geral.