No início de 2019, a Síndrome de Burnout ou síndrome do esgotamento profissional, foi considerada como uma doença ocupacional, após a sua inclusão no CID (Classificação Internacional de Doenças) da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Na prática, isso significa que, por lei todos os profissionais acometidos pela doença, também passam a ter direitos trabalhistas e previdenciários assegurados, como já acontece com as demais doenças relacionadas as atividades profissionais.
O distúrbio psíquico é desencadeado pelo estresse crônico no trabalho e se caracteriza pela tensão resultante do excesso de atividades profissionais, tendo o esgotamento físico e mental, a perda de interesse no trabalho, ansiedade, depressão, dentre outros sintomas.
A pandemia de Covid-19
Daniel Machado Campos Neto, CEO da EDC Group, consultoria de RH e outsourcing de serviços especializados, cliente do Grupo Trama Reputale do núcleo de Relações Públicas, explica que outras síndromes como LER (Lesão por Esforço Repetitivo), DORT (Distúrbios Osteomusculares relacionados ao Trabalho), Surdez Temporária ou definitiva, Asma Ocupacional, dentre outras, sempre existiram, mas,
“as doenças que mexem com o psicológico dos colaboradores que vivem o estresse adicional da pandemia de COVID, há pelo menos dois anos, fizeram com que as empresas olhassem com mais atenção e cuidado à saúde mental dos funcionários”.
Reuniões em excesso, cobranças e jornadas de trabalho além do habitual podem acarretar sintomas tóxicos a saúde mental, além de desencadear síndromes futuras por conta de excessos dentro do ambiente corporativo.
“Estamos vivenciando um novo período, onde as organizações de trabalho, contemplam desafios inéditos – como o trabalho híbrido, os colaboradores precisam equilibrar a vida profissional e pessoal, então ansiedade, depressão, fadiga de tela, podem ser consideradas futuramente novas síndromes de trabalho”, ressalta Daniel.
O papel da liderança e o tratamento das síndromes
Dentro das empresas, os líderes e a comunicação corporativa, podem ser aliadas não apenas na melhoria do clima, mas na criação de espaços de segurança psicológica, afetiva e acolhimento desses colaboradores, para que eles possam falar abertamente o que pensam e possam contar uns com os outros para desenvolver um trabalho de qualidade. Muito antes da pandemia, muitas empresas já vinham debatendo questões de saúde mental dos funcionários.
Algumas organizações já têm o propósito de colocar esses funcionários no centro das suas decisões estratégicas, cultivando políticas de bem-estar e que possuem os pilares de responsabilidade socioambiental alavancados, incentivando as práticas e atitudes condizentes com eles.
“Nessas companhias, ou para elas, estamos sempre falando sobre o maior recursos que elas têm em mãos para trabalharem sua valorização de marca: o ser humano. Então, as práticas, os processos precisam ser íntegros, legítimos nesse sentido” destaca Adriano Zanni, Diretor de Engajamento e Comunicação com Empregados do Grupo Trama Reputale.
As empresas que possuem em sua cultura o bem-estar, o respeito e valorizações e trabalha de forma consistente em ações afirmativas e relacionadas à saúde mental não deveriam ter em seu quadro colaboradores com síndromes de burnout, entretanto podem oferecer auxílios e conteúdos motivacionais para amenizar os sintomas.