Com a regulamentação da interatividade no padrão de televisão digital brasileiro por meio da especificação Ginga, surgem as discussões de como deve ser a formação dos profissionais de comunicação. A palestra “O que muda na Comunicação Social com a TV Digital” na Campus Party hoje trouxe os relatos de Cosette Castro da Unesp e André Pase da PUC/RS sobre o assunto.
Os professores discutiram os possíveis caminhos para facilitar a produção interativa e como devem ser os novos profissionais do mercado já que estamos em um período de transição da era analógica para a digital. Cosette comenta que há universidades analógicas e que pesquisadores ainda não dominam as TICs. “Os saberes ainda são disciplinares, ou seja, ficam na mente de cada um em tempos de construir o conhecimento coletivamente”, ressalta.
Como a própria professora diz foi-se o tempo que o conhecimento era reservado apenas aos sábios. “Hoje somos todos aprendizes. Saímos da edição linear para uma não linear e convergente. Nunca fomos tão público e com uma audiência que quer aparecer e falar”, explica a docente sobre a geração de hoje que é 24/7 (antenada 24 horas nos sete dias da semana).
Diante esse cenário, concluem que o novo profissional não deve ter um conhecimento único, tem que ser múltiplo e que pela primeira vez na história o conhecimento extrapulou os muros da universidade. “O saber que vem das universidades acaba ficando chato e ineficiente, assim as TICS estimulam a junção dos saberes, da pesquisa e do trabalho”, conclui Cosette.
Já o professor Pase complementa com o discurso de com a demanda de adicionar informações extras ao conteúdo para atender a interatividade da TV Digital, a pauta terá fluxo diferente e a redação deve-se fundir à sala de edição. “Será importante a integração das áreas de programação e comunicação. Na interatividade, a informação tem que complementar a experiência e não atrapalhar o campo visual na tela. É preciso pensar nessa dinâmica”, finaliza André Pase.