Contar com um ambiente descontraído, com videogame ou área de descompressão não parece mais suficiente para quem deseja atrair talentos e mantê-los “em casa”.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Um número crescente de pesquisas mostra que os trabalhadores estão priorizando cada vez mais o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal.

Não por acaso, recentemente a internet foi tomada pelo termo “quiet quitting”, que significa realizar as tarefas para o qual está sendo pago, sem assumir nenhuma demanda extra. Essa seria uma forma de conter longas jornadas e, assim, “trabalhar para viver” e não “viver para trabalhar”. Por conta dessa visão, alguns até mesmo estão dispostos a aceitar uma redução salarial.

A Covid-19, apesar de todas as dificuldades e tragédias que impôs, deu às pessoas tempo para pensar, experimentar novas formas de viver e repensar suas prioridades.

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Como cultivar a felicidade?

Em uma pesquisa realizada em meados de 2020 pela Indeed, 87% dos líderes empresariais concordaram que priorizar a felicidade do colaborador lhes dá uma vantagem competitiva.

Três quartos dos mais de mil entrevistados disseram que as expectativas em relação à felicidade haviam aumentado nos últimos cinco anos. Mas apenas 19% disseram que suas companhias tinham feito disso uma prioridade estratégica.

Estudos recentes também demonstram que pessoas felizes no trabalho são mais produtivas, engajadas e com probabilidade de permanecerem em seus empregos.

Desse modo, para ter uma equipe mais satisfeita, o primeiro passo é avaliar a felicidade de cada um. Pesquisas com colaboradores, entrevistas individuais e focus group podem ser parte de uma estratégia de escuta que vai permitir identificar o que pode impulsionar a satisfação na organização. A pesquisa de clima também pode ser um outro recurso.

“É claro que nem sempre o resultado dessas incursões vai ver agradável. Mas é assim, ouvindo as pessoas e entendendo as suas necessidades que uma empresa saberá o que precisa ser feito para aumentar o bem-estar de todos”, conta Eri Yoshiy, gerente de Atendimento do núcleo de Comunicação Interna do Grupo Trama Reputale.

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Eri Yoshiy, Gerente de Atendimento do Grupo Trama Reputale.

Fala e Escuta Ativas

Depois de identificados, esses pontos de melhoria precisam ser tratados pelas áreas competentes dentro da organização.

Se o ambiente é considerado hostil, é preciso entender qual é a fonte do problema e atacá-la com a ajuda de uma campanha com foco em comunicação violenta, por exemplo.

Se as pressões do dia a dia têm contribuído para tornar os colaboradores ansiosos, ações com foco em saúde mental e bem-estar podem ajudar.

A comunicação interna deve andar lado a lado com ações efetivas que ataquem os problemas identificados, além de contribuir para a promoção de comportamentos esperados, por meio de campanhas e outras ativações.

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A Comunicação Interna: uma via de duas mãos

Mas não é só isso. A comunicação interna tem um papel fundamental, seja na divulgação de ações que visem tornar o ambiente de trabalho mais agradável, seja como mais uma ferramenta para que os profissionais possam se expressar.

“Hoje, mais do que nunca, plataformas como o Sharepoint, Workplace e o Yammer promovem uma comunicação de duas vias com as pessoas, o que pode permitir a identificação de pontos de melhoria na organização. Na mesma direção, caminham iniciativas como os comitês de comunicação interna, como os que ajudamos a formar em empresas como Biogen e Ardagh”, explica Eri.

Ela lembra que esses grupos devem ser formados por pessoas de grau hierárquico e posições distintas, pois isso permite identificar com uma facilidade muito maior se o que aflige as pessoas é voltar a frequentar o escritório todos os dias ou a falta de processos, por exemplo.

“Seja como for, hoje não dá para pensar em um ambiente de trabalho feliz se os colaboradores não se sentem ouvidos e enxergados pela empresa. Eles precisam perceber que seus anseios também são prioridade para a companhia da qual fazem parte”, finaliza Eri.