Nós, comunicadores, sabemos da importância estratégica da Comunicação Interna para uma organização. Ela é forte aliada para disseminação de informações, fortalecimento dos valores e, sobretudo, construção de uma cultura organizacional forte.
Cada vez mais a ética e o Compliance têm sido discutidos nas empresas, mas muitas ainda tratam estes assuntos como mera obrigação legal. É aí que a Comunicação Interna novamente mostra seu protagonismo: criando caminhos para despertar o interesse dos colaboradores para o tema, que muitas vezes acaba “afugentando” o público interno.
E por que isso acontece? Compliance é um tema “chato” para os colaboradores? Ou falta uma comunicação mais estruturada para o tema? Vamos juntos dialogar sobre o papel da CI na disseminação dos valores de conformidade?
Compliance ainda preocupa as organizações
A pesquisa “A Comunicação da Governança nas Organizações no Brasil”, divulgada em novembro de 2022 e realizada junto ao LiderCom da Aberje – grupo de lideranças de Comunicação Corporativa de empresas associadas – levantou os principais riscos para a imagem e a reputação apontados pelos participantes:
- falta de transparência (59%) e de clareza (50%) na comunicação com seus públicos de interesse (stakeholders);
- demora na divulgação de informações relevantes (37%);
- falta de processos de monitoramento para evitar a divulgação de informações não públicas / vazamentos (35%);
- e a falta de divulgação de prevenção, detecção e resposta de riscos de compliance (35%).
Esses dados mostram que os riscos de compliance ainda preocupam as lideranças e por isso devem continuar demandando ações das equipes de Comunicação Interna. Mas, com um bom planejamento e os canais de comunicação adequados, a tarefa fica mais fácil!
Como muitos já devem saber, compliance nada mais é do que estar em conformidade com normas e regras, tanto legais quanto internas à organização. Ele deve fazer parte dos valores da empresa, estar enraizado no DNA das corporações. Mas, esse objetivo só é alcançado com uma estratégia de comunicação bem estruturada, desenvolvida ao longo do ano e não apenas em eventos pontuais.
Na Hughes, por exemplo, empresa que atua no setor de telecomunicações e cliente do Grupo Trama Reputale no núcleo de Comunicação Interna (CI), a questão da conformidade é tratada de maneira bem estruturada na empresa.
“Temos três frentes de ação: o Comitê de Ética, composto pelo Presidente e representantes das áreas Jurídica, Financeira e Recursos Humanos; o Canal de Denúncias, para os colaboradores fazerem relatos de condutas inapropriadas ou situações irregulares, de forma anônima online ou por telefone; e por fim temos também os Agentes de Ética, um grupo formado por voluntários de todas as áreas da companhia, que recebe treinamentos especiais para se tornar conhecedor e disseminador dos assuntos de Ética e Compliance” – explica Valéria Motta, Vice-presidente de RH da Hughes.
Juridiquês e jogo do certo e errado
Ao abordar as questões de compliance, muitas organizações acabam cometendo dois erros bem comuns: simplesmente divulgam as regras e normas sem traduzi-las, mantendo o “juridiquês”, que deixa as mensagens pouco atrativas, ou então transmitem a ideia de que conformidade é somente “regra e punição”, quando na verdade sabe-se que estamos falando de algo que vai muito além disso: estamos falando de cultura, comportamento, valores.
“Note que falar de compliance é falar também – e muito – de relações, de como agimos diante de conflitos, divergências, diversidade etc. O desafio da CI está em oferecer, por meio de uma riqueza de formas e recursos, propostas que visam engajar os colaboradores. E isso é uma tarefa dinâmica” – ressalta Valéria.
As ferramentas de Comunicação Interna são fortes aliadas das empresas para tornar as mensagens mais assertivas e envolventes para o público interno. Muitas vezes, ocorre o desinteresse, pois, além de considerar o conteúdo pesado, as pessoas tendem a achar que já sabem o que é certo e errado, não precisam ouvir o que já sabem.
Em vista disso, os comunicadores podem lançar mão de estratégias como storytelling, vídeos, e-mails marketings, cartilhas com conteúdos lúdicos, palestras, pílulas de compliance etc. Esses formatos de comunicação, aliados a treinamentos periódicos, auxiliam na disseminação das normas de compliance de uma forma mais atraente. Além disso, colocam o colaborador como protagonista, motivando-o a participar ativamente dos conteúdos.
Implementando canais adequados ao público
Valéria nos traz exemplos de canais que foram implementados na Hughes de maneira estruturada, para engajar o público interno.
“Destaco o Canal de Denúncia, lançado em 2021, que foi apresentado à empresa com o slogan ‘Você em primeiro lugar’, seguido da editoria #NãoÉNormal, criada posteriormente e mantida até meados de 2022 no jornal interno, onde abordamos exemplos de situações antiéticas no trabalho que não devem ser normalizadas e devem ser reportadas. Também dou muito valor ao treinamento de ética que realizamos anualmente, pois nele abordamos de forma sistêmica questões como anticorrupção, suborno, assédio moral e sexual, conflito de interesses, relações saudáveis com colegas e demais stakeholders, entre outros. É um programa denso, com um adequado nível de profundidade e muito didático” – afirma Valéria.
Tudo começa no planejamento
Aqui no Grupo Trama Reputale nós sabemos da importância de se pensar o tema compliance
Para Adriano Ribeiro, Planner do Núcleo de CI da agência, “tudo começa com uma pesquisa de diagnóstico. Precisamos saber quais são as reais dores do nosso cliente, quais temas necessitam ser abordados com maior prioridade. Muitas vezes as empresas acham que sabem quais são as necessidades de seu público interno e acabam desenvolvendo ações pouco efetivas”.
Depois de conhecer a fundo as necessidades do cliente, é preciso mostrar na prática como o compliance impacta no dia a dia do colaborador. “Para isso, temos que buscar formas atrativas de abordar os temas, evoluindo constantemente na complexidade dos assuntos e, principalmente, envolvendo toda empresa, desde a área administrativa até o público operacional” – complementa Adriano.
O mundo corporativo está cada vez mais dinâmico. Os modelos antigos de treinamento, longos e sem interatividade, ou o emprego de peças de comunicação “pró-forma”, que não tragam engajamento, motivação e não estejam dentro de uma estratégia macro de comunicação, certamente não trarão os objetivos desejados quando falamos de compliance. E este é um assunto fundamental para as empresas.
Se você tem ainda tem dúvidas de como a Comunicação Interna pode te ajudar nesse sentido, agende uma conversa conosco!
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