O dia do orgulho nerd é uma data para celebrar uma cultura baseada na curiosidade e o interesse, características que definem o geek. A curiosidade de descobrir, explorar, conhecer e, mais do que tudo, compreender como as coisas funcionam. E o interesse de buscar, transformar e realizar. Tudo a ver com a obra do autor que deu origem à celebração: Douglas Adams, criador do Guia do Mochileiro das Galáxias.
Basta dar um Google (criado por nerds) para logo descobrir num artigo do Wikipedia (criado e alimentado por nerds) que 25 de maio, originalmente chamado de “Dia da Toalha”, é a data na qual se lembra a morte de Adams. E, com essa pesquisa, você pode comentar sua posição no Facebook (criado e comandado por um nerd), postar uma foto engraçada no Instagram (criado por nerds) em homenagem ou simplesmente não fazer nada e consumir tantas outras coisas no seu smartphone (projetado por nerds).
Mas calma, a proposta não é comemorar o orgulho de um rótulo cultural, mas marcar, como tantas outras datas, a diversidade de pensar, de ser e criar. Nenhum movimento cultural é tão diverso quanto a hoje chamada “cultura nerd”. Dos quadrinhos de super-heróis aos games e memes de internet, a cultura nerd é, hoje, a cultura mainstream. Afinal, quem não conhece a origem da emblemática fala: “Eu sou seu pai?” ou apelidou aquele amigo sabe-tudo de Sheldon?
Henry Jenkins, estudioso da Universidade do Sul da Califórnia, propõe, em sua teoria da Cultura da Convergência, que criar narrativas orientadas a uma única mídia não basta na era da hiperconectividade. Isso não se deve apenas ao acesso a diferentes plataformas de conteúdo, mas, em grande parte, a fenômenos culturais como Harry Potter, Matrix ou Star Wars.
O que isso tem a ver com a cultura nerd? Bom, deixo você tentar adivinhar… A exploração, à exaustão, de diferentes plataformas e mídias para contar novas e intrigantes histórias sobre universos amados por milhões de fãs, abriu terreno para um novo mercado para estúdios e grandes produtoras de conteúdo e transformou os hábitos de consumo da audiência, seja ela nerd ou não.
Hoje, as pessoas não se contentam em apenas acompanhar uma série de TV semanalmente, com um horário definido. Elas querem discutir a série e recorrem a grupos de Facebook, Twitter ou Fóruns de fans. Querem consumir livros, webséries, spin-offs e tudo o que puderem sobre aquele universo do qual tanto gostam.
Essa transformação no consumo de informação e entretenimento impacta diretamente na forma de comunicar para as marcas e, igualmente, para as organizações com seus colaboradores. Cada vez mais é preciso pensar na comunicação como entretenimento, não interrupção. Lição há muito aprendida pela boa publicidade, mas ainda pouco aplicada, mesmo em tempos de consumo on demand.
Por isso, pensar a comunicação de forma estratégica para os seus colaboradores é mais que dar sentido e propósito às mensagens. É criar conteúdo que seja compartilhável e que estimule o debate no dia a dia. É, literalmente, “dar o que falar”, transformando informações estratégicas em conteúdo que possa ser consumido fora dos muros da empresa. E que maneira melhor do que observar, e se inspirar, na cultura que hoje permeia toda a produção cultural e midiática?
Em um movimento cultural no qual o diálogo e o conhecimento são a base, acompanhar as principais obras do entretenimento cinematográfico, televisivo, musical e literário é questão de ordem para falar a língua dos seus colaboradores e engajá-los.
Somos todos nerds, basta descobrir quais são os interesses da sua equipe e dar a ela um universo próprio a ser explorado.
Que a força esteja com você, em uma vida longa e próspera, cheia de boas ideias!