Apesar de destacar, em um capítulo à parte, que crescimento econômico não significa maior liberdade de imprensa, o relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgado nesta quarta-feira, mostra que o Brasil subiu 13 posições e agora ocupa o 58º lugar no ranking mundial de liberdade de imprensa, posição inclusive adiante dos outros países que integram o chamado BRIC (Índia é 122ª na lista, Rússia 140ª e a China 171ª).
Segundo um comunicado da organização, a melhora na lista ocorreu graças a uma “evolução favorável na legislação” do país. “Um passo positivo foi dado às vésperas das eleições, com a revogação da lei que proibia caricaturar políticos”, explicou em entrevista à BBC Brasil Benoît Hervieu, responsável pelas Américas da RSF.
A ausência de violência grave contra a imprensa e uma maior sensibilização do poder público em relação ao acesso à informação também motivaram o salto do país. “Por último, o Brasil tem uma das comunidades mais ativas na internet”, diz o comunicado da RSF. A forte inserção de brasileiros, sobretudo nas mídias sociais, não apenas colabora para o aumento da liberdade de expressão, como também instiga empresas e organizações a utilizarem tais canais, de maneira criteriosa, para divulgarem suas informações à população e estabelecerem um canal de comunicação de duas vias, outros pressupostos básicos da liberdade de imprensa.