Há um bom tempo, a área de marketing deixou de focar apenas nas questões de produto, posicionamento de marca e estratégias promocionais, adaptando suas práticas aos valores e aspectos culturais ligados ao próprio caminhar das gerações.

De acordo com a pesquisa Global Consumer Pulse de 2018, da Accenture Strategy, 79% dos consumidores hoje buscam empresas e marcas que se posicionem explicitamente em relação a temas socialmente importantes. Cerca de 65% deles já pararam de consumir uma marca após ela “trair suas crenças”.

Segundo um outro levantamento, batizado como Meaningful Brands, feito pela Havas Group, em 2019, 84% dos brasileiros esperavam que as marcas se envolvessem ativamente na resolução de problemas sociais e ambientais.

Na Espanha são 77% das pessoas e, nos Estados Unidos, 61%. Os jovens, de acordo com a pesquisa, são os que mais defendem o engajamento das organizações em relação a esse propósito.

Os valores da empresa fazem toda a diferença

“Além de pensar no marketing para o consumidor, as empresas precisam pensar em seu marketing interno, ou no chamado endomarketing. A nova geração procura marcas para consumir que compartilham de seus valores e, assim, buscam direcionar suas carreiras nas organizações onde enxergam claramente esse direcionamento estratégico”, explica Lídia May, analista de Marketing na Reckitt Benckiser.

A profissional conta ainda que, devido aos novos paradigmas que permeiam as relações entre colaboradores e organizações, as empresas tiveram que se reinventar com vistas a ampliar o engajamento e, por consequência, obter melhores resultados de negócio. Com isso, o endomarketing passou a olhar com mais afinco para as causas, desenvolvendo projetos que vão muito além de ações comunicacionais, de voluntariado ou socioassistenciais.

Ouça o Podcats Diálogos

Lídia é especialista em Marketing de Causa, tema de seu premiado Trabalho de Conclusão de Curso, na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA – USP). Por isso, a convidamos para uma conversa especial no Podcast Diálogos sobre o poder de mobilização que o tema tem nos dias atuais. Clique aqui e confira a entrevista!

 

Exemplo de como causas e negócios devem caminhar juntos

Em meio à crescente mudança das expectativas e convicções da opinião pública em relação ao papel social das empresas para além de agentes econômicos, muitas organizações têm fundado iniciativas próprias, que caminham lado a lado com o desenvolvimento de seus negócios, a exemplo do Instituto MPD, um de nossos clientes.

Fundado pela MPD, uma das maiores construtoras e incorporadoras do país, o instituto adota o voluntariado empresarial como prática, estimulando seus colaboradores a atuarem em projetos diversos voltados à educação, saúde, cidadania e dignidade.

Braço social da organização, o instituto concentra o planejamento e gestão de todos os projetos, próprios e desenvolvidos em parceira com outras instituições, nos quais os colaboradores podem atuar como voluntários, doando parte de seu tempo (ao longo de seu expediente, garantido pela prática do voluntariado empresarial, ou fora da organização) a ações solidárias que vão da doação de alimentos a cursos de informática, focados na inclusão de pessoas em situação de risco social.

Todas as decisões e projetos do instituto são tomadas em alinhamento com as iniciativas e decisões de negócios, visando promover o desenvolvimento social das regiões nas quais a MPD possui presença e atua por meio de seus empreendimentos. Um exemplo perfeito de como empresas podem ser muito mais do que organizações com forte participação na movimentação econômica, agindo como verdadeiras instituições cidadãs.

Bônus

Quer saber mais sobre como o Marketing de Causas pode gerar resultados de impacto na reputação e nos relacionamentos das organizações? Separamos um outro case – finalista do Prêmio Jatobá 2020 – com um dos nossos clientes, desta vez realizado em parceria com a CMPC Brasil.